terça-feira, 19 de abril de 2011

Dispenso meu lugar na platéia!

Como um vinil velho, acredito que todos temos um lado B, aquele camuflado, que fica largado lá dentro de nós, junto com algumas magoas e ressentimentos. Aquela parte da personalidade, que até as pessoas mais equilibradas tendem esconder de si mesmas.
Nossos defeitos! Defeitos esses que não são assim condicionados por críticas alheias, mas sim, pela única pessoa que sabe mesmo a verdade entre fatos e boatos, nós mesmos. Aquele ponto fraco, que embora sua melhor amiga diga a toda hora que é bobagem da sua cabeça, que suas qualidades são muito maiores e que você praticamente beira a perfeição, continuam lá!
A senhora recatada, que escondia dentro de sua tão sonhada viúves, os desejos mais despudorados de liberdade. A mulher de meia idade, muito bem resolvida na vida, admirada pela conduta como mãe, profissional e esposa, que tem dentro de si uma verdadeira raposa, sedenta por posses e bens, parte tão forte dentro dela, que se permite até esquecer, os tão sonhados valores familiares. A jovem, que já não é tão jovem assim, que tira a mascara de intelectual e filha estimada, entre um copo e outro de cerveja, e grita sem o menor bom senso, suas tantas experiências sujas e vergonhosas, sem distinguir o que é real ou fantasia. O homem de bom coração, que a tanto esquece de suas qualidades e faz da bebida não só o combustível para firmar sua mão sempre tremula, mas também para destilar toda a sua dor reprimida, em forma de ataque, aqueles que não aplaudem tal comportamento. O profissional reconhecido, respeitado e poderoso, que mente a si mesmo suas escolhas, que tenta não lembrar da dor de uma traição passada, não confiando em mais nada, coragem é uma qualidade de poucos. A moça que tinha em seu ir e vir de tantos, seu brilho de estrela, e hoje esconde esse brilho, entre casos sempre tão bordados de culpa. Aos que escrevem com eu, porque desistiram de falar as coisas certas para as pessoas certas, escrever palavras vagas a qualquer interessado a ler, é muito mais fácil do que olhar nos olhos e correr o risco de magoar ou ser magoada.
É... a vida é dura!
Seria tudo tão mais bonito, se nosso lado B não visse cheio de riscos e deslizes, que confundem a música de quem ouve. Mas temos o direito de escolha, não são as circunstancias que fazem as pessoas do jeitão que são, cada um escolhe o caminho a seguir, a curva que vai ou não fazer na vida. E aos demais, só resta o lugar na platéia, pra assistir os prós e os contras apresentados. Feliz ou infelizmente, não podemos viver por ninguém, e só nos cabe aceitar ou engolir junto a um copo grande de água pura, o que vier pela frente. Sem esquecer, que o nosso lado B também está ai para ser julgado!
(Raíssa Mesquita)

Nua e Crua...

Venho me aventurando entre uma panela e outra nos últimos dias. A dura e compensadora arte de ter uma casa só sua. Ouço o barulho dos meus passos ao descer a escada, a minha voz a cantarolar algum pedaço de música que não sai da minha cabeça. As ansiedades e medos que curiosamente refletem direto na porta da geladeira.

Eu sou o quê ninguém vê! A espera da ligação, o ler e reler do e-mail, a tentativa incansável de entender o desentendido, o desejo natural de querer ser imprevisível a outros olhos.
Sou o tanto que sei, e o tanto que ainda procuro saber.
Sou eu, desarmada em meu quarto branco, orgulhosamente tão vazio, tão cheio de espaço como eu sempre sonhei, meu travesseiro confidente, minhas orações constantes, meus pedidos cada vez mais inconstantes. Sou a indignação de minhas palavras, a lembrar-me do julgamento de amigos e afins, que falam mais do que devem ou do que sabem.

Eu não sei namorar, não sei decifrar o que sinto e simplesmente deixo essa explicação escapulir de mim em gestos ou palavras agressivas e por vezes até vulgares. Não sei direcionar minha vida acompanhada, não vejo meus dias no plural. Não sei não levar palavras ao pé da letra, não sei relevar o passado, nem mudar meus erros. Eles são meus! Na verdade nem sei se quero mesmo mudar.

Às vezes acho que procuro no amor o que ele não tem para me dar. Preciso das palavras na minha hora de silêncio, ainda que o meu silêncio não seja mudo. Preciso de leitura de pensamentos, telefonemas intermináveis, a dor de dias sem ligar. Preciso sentir que não possuo, quando o que mais quero é saber que é meu. Quero palavras que me perturbem, gestos que me façam perder o chão, colos que me deixem descer do meu salto de arrogância e me entregar a um romantismo que eu escondo a sete chaves, desde que descobri que sensibilidade nem sempre é qualidade, na maioria das vezes é atestado de fraqueza. Como diria um sábio e sensível ariano: “Quero alguém que não use o que eu digo, contra mim!”

Não quero fidelidade, nem quero ser fiel. Quero alguém que me faça nunca, nem em pensamento, desejar outra pessoa. Que tenha a capacidade de suprir todas as minhas necessidades e que seguro disso, deixe-me viver em liberdade. Quero alguém que me faça amar e não jogar.
Afinal, não sou tão clara quanto pareço e nem tão complexa quanto digo ser...
(Raíssa Mesquita)

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Pagando bem, que mal tem?

Trago o seu amor de volta em um mês. Dois no máximo - Valor: R$ 30,00
Ligue já!!!!

Quem nunca viu essa seqüência de palavras e mesmo que por um instante, se questionou se seria possível?

Não me mande cartas, e-mails ou sinais de fumaça. Não sou macumbeira nem faço mandingas. Meus conselhos não têm fórmula secreta nem exigem técnica apurada alguma. Ser autêntico e ter confiança em si mesmo são maneiras fundamentais para iniciar os trabalhos. Se você tem dúvidas quanto a isso, vá para frente do espelho e reflita. Ou pare por aqui a leitura.

Ninguém quer um bonequinho que concorda com tudo, que se submete a tudo. Tenha opinião, defenda o seu ponto de vista. Fale, converse, diga o que você gosta e também o que o incomoda. Sem jamais perder a classe nem muito menos levantar a voz. Conheço um monte de pessoas que se desentendem e nem sabem a razão, que se gostam e vivem afastados, simplesmente porque não conseguem se fazer entender pelo outro.

Goste de quem sente o mesmo por você. Caso contrário não será um relacionamento, será sim um doido desvairado atrás de alguém que quer tudo menos compromisso, tudo menos você. A vida é tão curta. O mundo é tão grande. Não perca tempo com quem não o valoriza e vá procurar aquele que se encaixa (quase) perfeitamente nas suas exigências, além de também ser louquinho por você.

Saia, dance, pule, agite, leia, viaje. Faça o que deixa você feliz. Se o amor que você quer de volta também quiser você, fique tranqüilo, ele vai achá-lo aonde você estiver. Mesmo que você mude de casa, de telefone, de e-mail. Mesmo que você já tenha desistido de esperá-lo. E quando ele o encontrar, não seja orgulhoso, não diga o que você não sente, não alarde a sua mágoa. Aceite a felicidade que está vindo de bandeja para você. Muitas pessoas se auto-boicotam quando as coisas começam a dar certo demais. Não seja uma delas.

Seja esperto. Seja contente. Seja autêntico. Seja confiante. E quem vai trazer seu amor de volta ou mesmo um novo amor será você mesmo.

Depois me ensina o que fazer: sou péssima em seguir meus próprios conselhos.


(Raíssa Mesquita)

quarta-feira, 28 de abril de 2010

É um dia especial!

E assim, depois de muito esperar, num dia como outro qualquer, decidi triunfar...
Decidi não esperar as oportunidades e sim, eu mesmo buscá-las. Decidi ver cada problema como uma oportunidade de encontrar uma solução. Decidi ver cada deserto como uma possibilidade de encontrar um oásis. Decidi ver cada noite como um mistério a resolver. Decidi ver cada dia como uma nova oportunidade de ser feliz.
Naquele dia descobri que meu único rival não era mais que minhas próprias limitações e que enfrentá-las era a única e melhor forma de superá-las. Naquele dia, descobri que eu não era o melhor e que talvez eu nunca tivesse sido. Deixei de me importar com quem ganha ou perde, agora me importa simplesmente saber melhor o que fazer.
Aprendi que o difícil não é chegar lá em cima, e sim deixar de subir. Aprendi que o melhor triunfo é poder chamar alguém de amigo. Descobri que o amor é mais que um simples estado de enamoramento; o amor é uma filosofia de vida.
Naquele dia, deixei de ser um reflexo dos meus escassos triunfos passados e passei a ser uma tênue luz no presente. Aprendi que de nada serve ser luz se não iluminar o caminho dos demais. Naquele dia, decidi trocar tantas coisas...
Naquele dia, aprendi que os sonhos existem para tornar-se realidade. E desde aquele dia já não durmo para descansar. Simplesmente durmo para sonhar.
(Raíssa Mesquita)

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Bandeira branca, amor!

E de um ato totalmente inesperado, a brisa se torna uma ventania!

É estranho como algumas pessoas, exercem um poder quase que magnético sobre nossas vidas. São como ímãs desgovernados, que dão a todo o momento novas formas e outras forças aos nossos pensamentos.

Depois de algum tempo juntamos todas as nossas pedras, dia após dia, construímos um muro alto e resistente ao redor de nós, onde acreditamos estarmos protegidas. Longe das promessas infundadas, dos dias de espera, da angustia interminável.

Ai sem mais nem menos, sem aviso prévio, aquela pessoa que você até já julgava ter esquecido, ressurge das cinzas, como uma fênix ainda mais forte. E com três ou quatro palavras, seu belo muro vai ao chão e lá no fundo você descobre um sentimento forte, um desejo enlouquecido de estar perto e uma esperança que na verdade nunca acabou.

E o mesmo jogo segue, com as mesmas cartas, as mesmas regras e os mesmo jogadores.

Só que dessa vez minha amiga, o jogo pra você acabou...

Você não sabe mais nenhuma jogada estratégica, nenhum truque, nem com a sorte você conta mais. Tudo o que você tinha pra perder, você já perdeu.

Mas ele está lá, com as mesmas palavras certas, com a mesma irritável e apaixonante ironia, com aquele controle de tudo que só ele tem. E o adormecido explode em você em questão de segundos.

Mas dessa vez é diferente, você já não quer mais conquistar, nem brigar, nem falar só as coisas certas, na esperança de receber um pouco mais. Você só quer paz, acabar com esse jogo, levantar a bandeira branca, seguir a diante.

Não sei se porque você amadureceu, ou se o tempo fez com que você casasse, mas misteriosamente você entrega os pontos e mesmo sentindo tudo aquilo de novo, você deixa tudo como está e pela primeira vez na vida, dá ao tempo, o tempo que ele precisa pra por tudo em ordem outra vez.

(Raissa Mesquita)

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Tudo muda o tempo todo!

Às vezes tenho uma estranha impressão de que nada mais pode me surpreender. Sinto que não restam lágrimas ou esperanças, que não sobrou espaço para mais decepções, fantasias ou expectativas. Parece que eu espero mesmo que o improvável aconteça. Logo eu que sempre gostei tanto de surpresas, me deparo hoje com uma versão acomodada de mim mesma. Já não busco o extravagante, nem me encanto só com o desconhecido. O normal me agrada.

Talvez seja porque perdi as contas de quantas horas esperei sem saber, de quantas passagens só de ida tive que rasgar, de quantas interpretações medonhas de uma mesma frase obriguei-me a fazer para não entender o óbvio, o que eu não queria ver.

Talvez porque decorei cada sonho que permanece adormecido, cada plano que nunca saiu do papel. Talvez porque eu não queira esquecê-los ou apenas me sinta impotente diante deles.

Talvez porque cheguei ao estágio onde as pessoas realmente aceitam que o impossível existe sim, e por mais doloroso que isso seja, verdade seja dita, somos impotentes diante do impossível.

O destino fez questão de me demonstrar que os ventos podem mudar de direção a todo instante e que preciso estar preparada para desembarcar em qualquer lugar. Já não me assusta a idéia de jogar fora o velho roteiro e rabiscar outra vez o meu caminho. De mudar meu tom de voz, meu cabelo, meus hábitos. Não me assusta ter que descobrir em pessoas novas, grandes amizades. E em grandes amizades, pessoas novas, nem tão interessantes quanto antes.

No entanto, devo admitir que falar é muito fácil e sou ótima na teoria, mas na prática as coisas mudam muito. Basta que eu me distraia por um momento para que algo diferente aconteça e me pegue desprevenida.

Sem saber o que fazer ou falar: fico sem reação. Não sorrio, não choro, nem mesmo uma interjeição ousa sair da minha boca. Mesmo assim, não consigo deixar de lado a mania de viver tudo do meu jeito, de viver situações inimagináveis, de sonhar com um futuro distante e melhor.

Logo um friozinho percorre o meu corpo e traz a certeza de que a vida estará sempre disposta a me surpreender. Que as pessoas, assim como eu, mudam constantemente. Que os mesmo olhos castanhos, que hoje me arrancam suspiros, logo serão substituídos por um certo brilho verde, ou um azul mesclado.

E logo eu penso: Que alívio, tudo muda o tempo todo!

E meu amanhã será sempre uma surpresa.

Raíssa Mesquita

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Mantenha distancia... é mais seguro!

Acredito que escrevendo, me revelo por inteiro. Sem trejeitos, gestos ensaiados ou frases certas. As palavras fluem, com se precisassem vez que outra sair de mim.
Ai vem você, com toda a sua curiosidade, e desvenda cada pedacinho, que eu pretendia revelar aos poucos, ou talvez nunca lhe mostrar.
É complicado expor sentimentos, mas ainda mais complexo, é mostrar ao mundo, o seu ponto de vista.
No meu caso, esse ponto de vista, é confuso, transitório e muitas vezes ilegível. Sei que não sou o que se espera de uma mulher de vinte e poucos anos. Misturo uma sabedoria ânsia, com doses de infantilidade, que sem que eu perceba, escorrem pelas minhas palavras em momentos de extremo, raiva ou amor.
Tenho medo que com os textos você tire conclusões precipitadas sobre mim. Não quero rótulos ou expectativas. Quero que a convivência diária ateste a minha personalidade. Quero que você dê o seu próprio veredicto. Ou melhor, que nunca pretenda me conhecer por inteiro, que nas interrogações que trago em minha personalidade, lhe seja sempre um atrativo.
Também é ruim pensar que você pode ficar chateado ou intrigado com algum texto. Ou ainda: é desconfortável crer que você pode tentar me ler nas entrelinhas, procurar supostas mensagens subliminares e entender tudo errado. Alem disso, não suporto interrogatórios inúteis. Perguntas sobre o que escrevo ou deixo de escrever podem me reprimir. Eu não quero censuras.
Como disse anteriormente, eu mesma não sei explicar da onde vem a minha inspiração, ela simplesmente brota, como se já estivesse sendo cultivada há muito tempo, e no momento exato, vem átona.
Respeito a sua curiosidade, admito que leio mil vezes aquela mensagem no celular que você mandou, tentando entender todas as entrelinhas, que com toda a certeza eu teria deixa no caminho.
Então vamos combinar assim: mantenha distancia dos meus escritos... é mais seguro!

(Raissa Mesquita)