terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Românticos ou corajosos?

Desde quando comecei a me entender por gente, a matemática dos relacionamentos me parecia muito fácil e prática.
Ele gosta dela + ela gosta dele igual = os dois felizes por um bom tempo.
Simples assim!
Mas ultimamente ficou tudo tão mais complicado. Meus cálculos viraram de pernas para o ar, não sei se fui eu quem perdeu o romantismo infantil ou se o mundo passou a apresentar mais opções para os corações apaixonados. Só sei que é um tal de ela não sabe o que quer + ele não tem bem certeza + milhares de “ex” que não sabem o seu lugar no passado = a no meio do caminho tinha um montão de pedras, que nem de longe estavam lá para enfeitar.
Inevitavelmente, só me restou retirar cada pequeno pensamento que eu já tive sobre esse negócio de namorar e me tornar uma solteira convicta. Basta eu escutar a palavra compromisso para entrar em parafuso e sair de fininho. Pra mim relacionamentos são para os românticos sonhadores ou para os muito corajosos.
Ok... essa foi uma escolha minha, nem todas as pessoas são iguais e nem todos os relacionamentos estão condenados a problemas, mas convenhamos que chega um ponto, onde até o mais bravo dos sujeitos desiste da luta.
Minha vida de solteira sempre foi pra lá de animada. Vou para onde quero, quando eu quero, com quem eu quero sem ter a necessidade de dar satisfações a ninguém. Uso a frase que eu quiser no MSN e o decote que eu bem entender e já não me lembro o que é uma crise de ciúme faz tempo. Meus segredos são apenas meus. E talvez seja essa a questão: eu me entrego, mas só pela metade.
Isso pode ser o sonho de consumo de qualquer recém solteira por ai, curtir a vida com um sentimento de liberdade capaz de te fazer levitar. O problema é que depois de algum tempo essa liberdade toda já não basta, e você começa a sentir falta da companhia para ver um bom filme, das longas conversas pelo telefone, da presença nas festas de fim de ano, da tão temida intimidade!
Mesmo com tantos receios, eu confesso que adoraria morder a língua mil vezes e encontrar a pessoa certa para mim. Alguém que desconfiasse das minhas teorias absurdas e que não acreditasse cegamente em tudo que eu venho escrevendo aqui. Alguém que veja em mim, muito mais do que eu mostro. Alguém que veja a verdade!
(Raíssa Mesquita)