sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Lista de fim de ano!

Acredito que se existe um motivo, para cada um de nós estar vivendo dessa maneira, nesse momento e no lugar onde está, precisamos passar por isso para aprender algo, para numa próxima vida ou o que existir no outro lado, estarmos preparados. Tenho levado isso à risca, sei que tenho muito ainda a aprender, mas que muito também já aprendi...
Aprendi que não são lugares que fazem dos meus dias melhores ou piores, tudo o que acontece é consequência dos meus pensamentos.
Aprendi que se estou mesmo querendo uma mudança na minha vida, a única maneira segura de se começar isso, é fazendo uma mudança de hábitos.
Aprendi que não se deve confiar 100% em alguém, e que isso também me inclui.
Aprendi que autoconfiança de mais soa como arrogância, e que na maioria das vezes nem eu mesma acredito nela.
Aprendi que posso ter os melhores argumentos do mundo, mas que eles só surtem o efeito esperado se a conversa não envolver sentimento.
Aprendi que a única linguagem que fala mesmo ao coração, é a troca de olhares.
Aprendi a não me culpar por ser amada e não amar, é uma questão de tempo para que o sentimento acabe para os dois, mas irredutivelmente sempre acontece.
Aprendi que o tempo é o senhor de tudo, e que os segundos mais longos, são os segundos de saudade.
Aprendi que saudade é uma ferida aberta que não cicatriza, mas que ameniza quando uma outra ferida se abre.
Aprendi que o sentimento de verdadeiros amigos não é a amizade, mas sim o amor.
Aprendi que amizades passam, mas os verdadeiros amigos ficam, não importando pra onde você vá.
Aprendi que não são afinidades, estilos ou lugares que fazem a combinação perfeita de pessoas, e sim a necessidade em comum de companhia sincera.
Aprendi que se deve pensar muito bem antes de fazer os pedidos de fim de ano, eles podem direccionar os seus próximos 365 dias.
Aprendi que as coisas mudam na velocidade do vento, e que é inútil tentar prever meus próximos 10 anos, na verdade é inútil prever meu próximo dia.
Aprendi que doce não mata fome, mas que é um santo remédio pra quando a vida se mostra amarga de mais.
Aprendi que contagem de quilos, é uma maneira de medir quanto de amor próprio uma pessoa não tem, que a real beleza se encontra dentro de cada um.
Aprendi que se eu estiver de bem comigo mesma, isso transparece o tempo todo e que me torno imbatível quando acredito em meu potencial.
Aprendi que não importa quanto você selecione as pessoas com quem irá andar, mais cedo ou mais tarde você vai se pegar dizendo que uma delas não era o que você imaginava.
Aprendi que a família não é feita por laços de sangue, mas por laços de amor. E que é muito importante saber valorizar esses laços, vai chegar o dia em que eles serão sua melhor companhia ou talvez a única.
Aprendi que ter uma religião não é importante, mas que ter fé é fundamental.
Aprendi que não importa o que você faça por alguém, nem o quanto você se importe com ela. Um dia ela vai tomar atitudes e rumos contrários do seu e não vai existir nada que você possa fazer a respeito.
Aprendi que toda a mudança é válida, desde que você tenha a certeza de que pode voltar de onde saiu.
Aprendi que nem sempre grandes amores acontecem como em contos de fadas, mas que já é uma grande felicidade ter vivo um, mesmo que por pouco tempo.
Aprendi que falar de mais é o maior erro a ser cometido, nada é mais pesado e perpétuo do que palavras, e que não existe maneira de apagá-las depois de ditas.
Aprendi que escrever é a melhor maneira de expressar o que sinto, sem ferir alguém diretamente, ainda que essa seja a minha intenção vez que outra.
Aprendi que a água e o vento são minha maior fonte de energia na natureza. E por mais que pareça uma enorme bobagem, tenho encontrado nisso o que a muito tempo eu procurava. Aprendi o quanto é difícil esquecer alguém, mas que ser indiferente é o primeiro passo para o esquecimento.
Aprendi que você pode estar vivendo sua vida muito bem, sempre vai existir alguém que mexe tanto com você a ponde de bagunçar tudo.
Aprendi que tranqüilidade no meu caso, é sinônima de solidão. Preciso estar constantemente em um turbilhão de emoções para me sentir viva.
Aprendi a ser e querer ser sempre eu mesma, errando ou acertando, mas sempre aproveitando muito.
Aprendi a esquecer tudo o que aprendi no manual da mulher bem resolvida e decidi ser uma mulher feliz sem manual!
(Raíssa Mesquita)

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Haja paciência!

O que poderia estragar essa noite?
A resposta veio na lata: - Você estar usando a cueca errada!
Pois é, não digo que acabe com a noite, e que uma performance bem elaborada depois não apague essa má visão da sua mente, mas uma “estragadinha” dá sim.
É regra, não existe homem no mundo que não reclame da odiada calcinha bege e das que até parecem mais bermudas de tão grandes. Tenho mesmo que concordar que tais modelitos íntimos, têm um ar maternal, capaz de esfriar qualquer boa investida. Porém, alguém já parou pra pensar, porque ninguém fala da cueca errada?Um presente embrulhado com aqueles papéis terríveis, cheios de flores e meio “rasgadinhos” nas pontas, corta completamente o barato do presente em si não é? Desanima sim! Quem disse que só a mulher deve se preocupar com o intervalo entre o estar vestido e estar nu?Homens parecem desconhecer este intervalo, porque vamos combinar que amarelo não é cor que se use nessas horas, que azul-camisa-de-cobrador-de-ônibus não rola e muito menos azul-superman, mostre o seu lado herói sem roupas meu caro. Elástico esgarçado não é tara de ninguém e deixa o cara com ares de fugitivo de guerra. Se manchou ou já está perdendo a cor, use pra encerar o carro, pra dormir, sei lá, mas não saia com sua “desbotadinha” por aí! Provavelmente a mulher que está com você agora, passou horas estudando a melhor cor, renda ou brilho, bojo ou armação. O mínimo que você pode fazer, é apresentar uma imagem bem cuidada. Tem muitas diferenças nos gostos, mas parece opinião geral da nação que cueca box enlouquece até madres-superioras; muito comentadas também são as cuecas brancas, que mostram sem mostrar. Sem esquecer das pretas é claro, que transformam qualquer corpinho sem graça e puro charme... hummm! Tem ainda a samba-canção, que pode até dar um ar boêmio, interessante e ser confortável, mas aquelas estampinhas são de matar, elas sempre me lembraram as almofadas coloridas das casa da minha avó, e convenhamos, essa é a ultima coisa que eu gostaria de lembrar no momento. Agora, a situação fica mesmo grave quando, além do tal elástico solto, o sujeito resolve fazer graça. Vamos aos fatos, cuecas como orelhas, bocas, olhinhos e afins, não são nem de longe um atrativo sexual e não existe mulher no mundo que espere uma piada nessas horas.Na recusa de fazer maiores comentários sobre isso, peço encarecidamente que tais modelitos fiquem socados no fundo da gaveta, que sua rotatividade se restrinja aos dias de solidão. Nem seu melhor amigo merece ver isso!
Existem inúmeras pesquisas que apontam números dizendo que os homens gostam muito mais de sexo que as mulheres, e como poderia ser diferente? Enquanto mulheres passam horas se produzindo, escolhendo figurino, local, clima, perfume, pra proporcionar horas maravilhosas de prazer e surpresa para o alvo escolhido, os homens não fazem nada, e muitos nem a cueca certa são capazes de usar.
Haja paciência né?!
(Raíssa Mesquita)

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Românticos ou corajosos?

Desde quando comecei a me entender por gente, a matemática dos relacionamentos me parecia muito fácil e prática.
Ele gosta dela + ela gosta dele igual = os dois felizes por um bom tempo.
Simples assim!
Mas ultimamente ficou tudo tão mais complicado. Meus cálculos viraram de pernas para o ar, não sei se fui eu quem perdeu o romantismo infantil ou se o mundo passou a apresentar mais opções para os corações apaixonados. Só sei que é um tal de ela não sabe o que quer + ele não tem bem certeza + milhares de “ex” que não sabem o seu lugar no passado = a no meio do caminho tinha um montão de pedras, que nem de longe estavam lá para enfeitar.
Inevitavelmente, só me restou retirar cada pequeno pensamento que eu já tive sobre esse negócio de namorar e me tornar uma solteira convicta. Basta eu escutar a palavra compromisso para entrar em parafuso e sair de fininho. Pra mim relacionamentos são para os românticos sonhadores ou para os muito corajosos.
Ok... essa foi uma escolha minha, nem todas as pessoas são iguais e nem todos os relacionamentos estão condenados a problemas, mas convenhamos que chega um ponto, onde até o mais bravo dos sujeitos desiste da luta.
Minha vida de solteira sempre foi pra lá de animada. Vou para onde quero, quando eu quero, com quem eu quero sem ter a necessidade de dar satisfações a ninguém. Uso a frase que eu quiser no MSN e o decote que eu bem entender e já não me lembro o que é uma crise de ciúme faz tempo. Meus segredos são apenas meus. E talvez seja essa a questão: eu me entrego, mas só pela metade.
Isso pode ser o sonho de consumo de qualquer recém solteira por ai, curtir a vida com um sentimento de liberdade capaz de te fazer levitar. O problema é que depois de algum tempo essa liberdade toda já não basta, e você começa a sentir falta da companhia para ver um bom filme, das longas conversas pelo telefone, da presença nas festas de fim de ano, da tão temida intimidade!
Mesmo com tantos receios, eu confesso que adoraria morder a língua mil vezes e encontrar a pessoa certa para mim. Alguém que desconfiasse das minhas teorias absurdas e que não acreditasse cegamente em tudo que eu venho escrevendo aqui. Alguém que veja em mim, muito mais do que eu mostro. Alguém que veja a verdade!
(Raíssa Mesquita)

Um manual necessário?

Tão previsível quanto encontrar centenas de livros sobre como ser feliz, é descobrir um parágrafo, pagina ou capitulo que certamente todos eles têm:
"Como fazer qualquer pessoa se apaixonar por você". Interessantíssimo... Mas confesso que nunca consegui ler um livro desse estilo até o final. Não pense que por ser preconceituosa ou por não acreditar em leituras do gênero. Se os livros de auto-ajuda existem e fazem tanto sucesso devem de fato ajudar muitas pessoas a se sentirem melhores. Eu em especial, não vou me aventurar nesse tipo de leitura porque não confio em fórmulas para a felicidade, e muito menos em métodos para fazer as pessoas se apaixonarem por mim. Aliás, há sim uma única maneira de fazer alguém gostar verdadeiramente da gente: sermos sempre nós mesmos. Mas essa eu garanto, não está à venda e os risco de ganhos e perdas são incalculável.
O que seria o amor se nós tivéssemos que pensar em cada movimento, cada gesto, cada frase? Nada mais que um simples jogo, com direito a estórias e personagens fictícios. Falo por experiência própria, isso até funciona muito bem, até o momento em que você realmente se apaixona. Ai minha cara, controle passa a ser apenas uma ferramenta do mundo moderno para mudar de canal.
Ninguém vai gostar mais de você se você esperar dois dias antes de ligar, ou menos se você derramar molho de tomate na roupa durante o jantar. Tudo bem que seria muito mais inteligente de nossa parte, se conseguíssemos planejar nossos atos do começo ao fim, se soubéssemos a dosagem exata do quanto se entregar, se pudéssemos ver a fina linha que separa o doce do enjoativo.
Mas são justamente os detalhes que nos atraem em outras pessoas. Coisas próprias, impensadas e não planejadas. Pequenas particularidades que nos tornam seres únicos e encantadores.
O problema é que costumamos pensar que ser nós mesmos nunca é o suficiente. Nos preocupamos demais em agradar aos outros, negligenciando nossas prioridades, nossas vontades, ou nos perdemos em um teatro de “eu não preciso de você” e sem que se perceba, a outra pessoa envolvida acredita em suas duras frases planejadas e vai em busca de quem precise dela.
Quero falar o que penso, o que quero ou não quero. Quero dar minhas gargalhadas, falar de tudo da minha forma exagerada, chorar quando eu tiver vontade. Quero ser eu mesma, sempre! Afinal, não quero que gostem de uma versão inventada e falsa de mim, quero que me conheçam como sou, com minhas qualidades e defeitos, meus gestos e manias. Nunca prometi, nem vou prometer ser a pessoa certa para alguém, mas posso ser o melhor que já fui.
O manual que ensina como fazer qualquer pessoa morrer de amores por meus encantos, continua intocado para mim. Talvez se eu procurasse ler coisas desse tipo, eu aprenderia a evitar certas dores. Mas realmente, a idéia de não ter medidas, de jogar todas as fichas, de pagar pra ver, me agradam muito mais.
(Raíssa Mesquita)

domingo, 7 de dezembro de 2008

Como uma luva...

- Esse texto não é meu, mas resolvi quebrar a regra sobre só postar aqui coisas de minha autoria. Recebi esse texto essa semana, e ele realmente caiu como uma luva para o presente vazio que tenho sentido. Não sei se vazio é o termo certo, mas tenho sido tomada por um sentimento da falta, de necessidade. Sempre julguei saber muito de mim, muito sobre o que queria ou não. De uns tempos pra cá, venho descobrindo que não sei tudo o que penso saber e não tenho tudo o que quero, e o que é pior, tem muita coisa que eu quero e nem sei.

Namorar é bom!

Quem é que nunca teve um Marcelo, um Felipe, um Ricardo, um Júlioou um Alexandre na vida? Tudo bem, pode ser uma Juliana, uma Ana, uma Patrícia ou uma Aline...
Paquerar é bom, mas chega uma hora que cansa! Cansa na hora que você percebe que ter 10 pessoas ao mesmo tempo é o mesmo que não ter nenhuma, e ter apenas uma, é o mesmo que possuir 10 ao mesmo tempo!
A "fila" anda, a coleção de "figurinhas" cresce, a conta de telefone é sempre altíssima. Mas e ai? O que isso te acrescenta?
Nessas horas sempre surge aquela tradicional perguntinha: Por que aquela pessoa pela qual você trocaria qualquer programa por um simples filme com pipoca abraçadinho no sofá da sala não despenca logo na sua vida???
Se o tal "amor" é impontual e imprevisível que se dane!Não adianta: as pessoas são impacientes! São e sempre vão ser! Tem gente que diz que não é... "Eu não sou ansioso, as coisas acontecem quando tem que acontecer."
Mentira! Por dentro todo ser humano é igual: impaciente, sonhador, iludido... Jura de pé junto que não, mas vive sempre em busca da famosa cara metade! Pode dar o nome que quiser : amor, alma gêmea, par perfeito, a outra metade da laranja... No fim dá tudo no mesmo. Pode soar brega, cafona...
Mas é a realidade. Inclusive o assunto "amor" é sempre cafonérrimo.Acredito que o status de cafona surgiu porque a grande maioria das pessoas nunca teve a oportunidade de viver um grande amor. Poucas pessoas experimentaram nesta vida a sensação de sonhar acordada, de dormir do lado do telefone, de ter os olhos brilhando, de desfilar com aquele sorriso de borboleta azul estampado no rosto... Não lembro se foi o "Wando" ou se foi o"Reginaldo Rossi" que disse em uma entrevista que se a Marisa Monte não tivesse optado pelo "Amor I love you" e que se o Caetano não tivesse dito "Tô me sentindo muito sozinho.." eles não venderiam mais nenhum disco.
Não adianta, o publico gosta e vibra com o "brega". Não adianta tapar o sol com a peneira. Por mais que você não admita: - Você ficou triste porque o Leonardo di Caprio morreu em Titanic" e ficou feliz porque a Julia Roberts e o Richard Gere acabaram juntos em "Uma Linda Mulher";
- Existe pelo menos uma música sertaneja ou um pagodinho" que te deixe com dor de cotovelo;- Quando você está solteiro e vê um casal aos beijos e abraços no meio da rua você sente a maior inveja;- Você já se pegou escrevendo o seu nome e o da pessoa pelo qual você esta apaixonada no espelho embaçado do banheiro, ou num pedacinho de papel; - Você já se viu cantando o mantra "Toca telefone toca" em alguma das sextas-feiras de sua vida, ou qualquer outro dia que seja;- Você já enfiou os pés pelas mãos alguma vez na vida e se atirou de cabeça numa "relação" sem nem perceber que você mal conhecia a outra pessoa e que com este seu jeito de agir ela te acharia um tremendo louco;- Você, assim como nos contos de fada, sonha em escutar um dia o tal"E foram felizes para sempre"
Bem , preciso continuar? Ok, acho que não...Negue o quanto quiser, mas sei que já passou por isso, e se nao passou, não sabe o quanto esta perdendo...."O problema de resistir a uma tentação é que você pode não ter uma segunda chance""Falo a língua dos loucos, porque não conheço a mórbida coerência dos lúcidos."

Luiz Fernando Verissimo

domingo, 30 de novembro de 2008

Permita-se!

Permita-se dizer que sim... Sim, pela pura vontade de concordar. Sim, para calar uma briga. Sim, pela mentira que precisa ser escondida. Sim, para o convite que você tanto esperou. Sim, para fazer alguém feliz. Sim para ser feliz, sem importar-se com opiniões ou críticas. Permita-se sentir saudade... Saudade das coisas que você já teve tão perto. Saudade daquela voz que arrepia o seu corpo todo até hoje. Saudade das pessoas que vinham acompanhadas das suas melhores gargalhadas. Saudade das coisas que você nunca viveu, mas que são cada vez mais sólidas nas suas lembranças. Saudade de não saber o que era sentir saudade.
Permita-se acreditar... Acreditar na versão que você conta, no desejo de parecer mais forte a outros olhos. Acreditar em boas intenções, em dias melhores. Acreditar que não existe mal eterno, nem dor que nunca passe. Acreditar que ninguém é insubstituível. Acreditar nas pessoas. Acreditar em você.
Permita-se desejar.... Desejar a mudança. Desejar o proibido. Desejar vez que outra o homem da próxima, ainda que isso não seja “correto” é humano. Desejar ser diferente, embora você grite ao mundo sua perfeição. Desejar nunca perder esse desejo.
Permita-se admirar... Admirar o perfume cítrico que ficou pela casa. Admirar o caráter e o quão verdadeiro, aquele sujeito foi, quando lhe contou a verdade, por mais dura que ela tenha sido. Admirar a capacidade egoísta que certas pessoas tem, e que involuntariamente, levam você a perguntar-se, se ser assim não seria muito mais fácil. Admirar a noite linda que vem chegando, passar horas debruçada na janela contemplando as estrelas. Admirar as coisas que já passaram, e as que ainda virão.
Permita-se errar... Errar na opinião que você formou mesmo sem conhecer a fundo o que julgava. Errar, quando colocou nos ombros de um alguém, todos os seus desejos de felicidade, ninguém é capaz disso, se não você mesma. Errar quando apostou todas as suas fichas naquela relação e viu ela acabar sem mal ter começado. Errar quando falou de mais, e sem pensar, e feriu quem você tanto amava. Errar quando ignorou tantas placas e tantos sinais, que alertavam que esse caminho era o errado. Errar faz parte do processo de acertar.
Permita-se não ter que dar certo... Permita-se não ter que ter planos maiores, do que simplesmente terminar o dia bem... Permita-se sonhar, e mudar de sonhos a cada amanhecer... Permita-se se enganar com as pessoas, confundir sentimentos, se desapaixonar ou apaixonar-se novamente... Permita-se levar a vida de uma forma mais leve... Permita-se VIVER!
(Raíssa Mesquita)

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

O que será do amanhã?!

É estranho imaginar minha vida sem fazer dela, uma seqüência de sonhos e desejos que muitas vezes escondo de mim mesma. É estranho planejar os meus próximos dez anos, ou simplesmente tentar visualizar como eles serão, como eu vou estar, com quem vou estar. Hoje sou um reflexo do que fui, das coisas que passei, das feridas que tenho e também das que deixei, sou um tanto das saudades vividas, da frustração dos momentos mal aproveitados, das alegrias da infância fantasiosa, da leviandade de uma adolescência muito bem vivida, das aspirações de um futuro melhor. Sou conseqüência dos erros que cometi, do que aprendi com eles, dos conselhos que ouvi, mas que nunca segui. Sem pestanejar afirmo que os últimos 2 anos, tem sido em disparada, anos de maior mudança, tropeços e aprendizados que tive na vida. Mas ainda não sinto as conseqüências do que vivi nessa época, creio que este ciclo ainda não se completou, ainda o vivo. Mas certamente no final dele, serei outra pessoa. Foram novos amores, novas decepções, outros objetivos, trabalhos nunca imaginados, projetos, mais responsabilidades, amizades novas, amizades esquecidas, amizades que ficarem ainda mais fortes. Entre tantas coisas que desejo para o meu futuro e as marcas ainda abertas do que já “passou”, trago algumas certezas que sei, vão estar sempre comigo. Coisas que aprendi, como aceitar o fato de que realmente não sou o tipo de pessoa que encanta com a primeira impressão, sou intensa de mais para isso. Que não interessa quanto você se dedique a alguém, quanto você se importe e se doe, certas pessoas não se importam. E a dor de descobrir que você possivelmente criou uma cobra no bolso e que ela pode de uma hora pra outra se apresentar uma completa estranha a seus olhos, é uma dor incalculável. Aprendi que você pode se mudar para qualquer lugar do mundo, seus problemas vão junto com você, e embora você tente viver uma nova vida, você ainda vai lembrar do de quem não quer, você ainda vai desejar as ruas pacatas da cidade calma onde você nasceu, vai descobrir saudades até das coisas que você julgava odiar fazer. A verdade é que, não existe maneira de se apagar o passado. Aprendi que nem sempre a tão esperada alma gêmea, vem junto de uma história de amor, muitas vezes uma amizade verdadeira e leal, é muito mais prazerosa e confiável do que o adorável príncipe encantado, que de forma impetuosa, espalha hormônios e mentiras por ai. Por sinal, descobri que não importa quanto tempo isso leve, uma hora você vai descobrir que o seu príncipe tem muito de sapo, e que ser a bruxa malvada é necessário nos dias de hoje. Certas coisas que aprendi errando, acertando, valorizando de mais, ou me preocupando de menos. É complicado encontrar a dosagem exata do que se deve ou não viver, do quando se pode entregar, do melhor momento de botar o dramático ponto final em tudo. Mas confesso que me agrada ver tudo o que passei e o que me tornei em função disso. E é munida dessa demasiada realização, que encaro com coragem meus próximos anos. Sei que muito ainda vou errar, mas curiosamente os erros são minha melhor forma de aprendizado! E que não importa quantos olhares eu vou evitar, quantas mentiras eu vou contar a mim mesma e quantas fantasias eu vou imaginar real, o que é pra estar no meu caminho, vai estar, independente do caminho que eu esteja!
(Raíssa Mesquita)

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Aceito finais...

É estranho admitir isso, mas não fico triste por mais de um dia, talvez uma semana se muito. Não que eu seja fria, desprovida de sentimentos, ou desinteressada do mundo, como muita gente pensa. Simplesmente sei que não existe tristeza que mude o rumo das coisas, que não importa se hoje estou radiante de alegria, ou se minha vida mais parece o final dramático de uma opera antiga. O mundo não para por isso! As pessoas até se importam, sofrem por meu sofrimento, mas seguem suas vidas, assim como a minha, gostando eu ou não, segue em frente. Então já que não tenho escolha sobre o rumo das coisas, prefiro levá-las da maneira mais branda, feliz! Acho que por isso surpreendo tanto as pessoas com quem me relaciono, sofro com perdas, mas aceito finais! É mais fácil pensar que tudo tem sua razão de ser, e que se é mesmo o meu destino, essa perda é momentânea e faz parte de uma história que não acaba agora. Lógico que eu gostaria que muita coisa estivesse exatamente do mesmo jeito. Que sinto falta dos momentos bons, de ouvir a voz da pessoa que por tanto me arrancou suspiros, das trocas de carinho, dos planos que fazíamos juntos, de olhar junto na mesma direção. Mas optei por guardar isso como saudades, não cultivar dores. As pessoas em geral, em especial mulheres, talvez por sua sensibilidade mais aflorada, tem estranhos costumes de fazer de tudo para manter a dor presente, ainda que isso seja exatamente o contrário do que elas querem.
Quando um relacionamento acaba, pronto... São horas e horas ouvindo aquela mesma música que embalou o romance por muito tempo, abraçado naquele urso que ganhou no último dia dos namorados, olhando as tantas fotos, de momentos felizes ao lado da pessoa amada. E o momento que deveria ser de superação, de dar a volta por cima, acaba criando um verdadeiro mausoléu interno, de sentimentos tristes. Como eu disse, posso parecer fria, infantil ou tentar fugir dos problemas existentes, mas realmente não perco meu tempo cultivando dor, não faço de meu coração um cemitério de lembranças mortas. Aprendi a não me apegar a pessoas, coisas ou crenças. Não planejar a minha vida apoiada a ninguém e sim ao lado de quem eu gosto, ninguém é lugar de repouso para minhas frustrações. Nascemos sozinhos, desprovidos de tudo isso e é sozinhos que também vamos partir. É muito bom ter a companhia de alguém especial, mas felizmente descobri, que não existe melhor companhia do que a minha própria.
(Raíssa Mesquita)

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Aqui quem fala baixo... grita!

Não costumo me magoar por motivos banais! Ainda não sei se isso é bom ou ruim, mas com o tempo aprendi a reconsiderar, a não levar tudo tão ao pé da letra e se levo, aprendi a esquecer a mágoa causada em segundos. Acredito que mesmo as pessoas mais bem-intencionadas do mundo, podem ser rudes de vez em quando, falar sem pensar, sem motivo ou razão. Ninguém está livre de entender algo errado, ninguém precisa concordar com tudo o que escuta, ninguém está sempre certo, ninguém tem obrigação de levar todas as perdas na esportiva. Sou muito mal julgada por minhas atitudes, falo o que penso, sinto e quero, sem medir muito minhas conseqüências. Costumo dizer que isto é culpa da minha alma pisciana, Peixes é mesmo um signo impulsivo, mas no fundo sei que essa é só uma desculpa. Vivemos em uma sociedade onde quem fala baixo, grita! Entretanto, deixo o meu desejo de ser barraqueira para talvez, uma participação numa peça de teatro. Ou ainda, para aquelas pessoas que tem necessidade de platéia, eu felizmente não tenho. Não acredito que fazer escândalo seja a maneira mais apropriada de me fazer ouvir. Também não creio que para ser compreendida é necessário que todos os pingos nos is sejam colocados. Não preciso pôr à prova meu caráter ou minhas intenções. Cedo ou tarde a verdade vem à tona e faz meu silêncio valer a pena. Nunca fui o tipo de pessoa que foge de brigas, até muito pelo contrário, às vezes eu mesmo as provoco. Mas venho trabalhando meu autocontrole, confesso... tenho dificuldade de dizer o que eu quero, sem parecer autoritária ou arrogante. Tenho sentimento em tudo o que falo, seja bom ou ruim. E os sentimentos só são bem compreendidos pelo coração, não por ouvidos. Mesmo assim morro e não entendo, o prazer que algumas pessoas tem de se afirmar fazendo escândalos ou afins. Acredito na boa conversa, ainda que em tom discursivo, mas pra mim, quem parte para a ignorância dos dissimulados, nada mais é do que uma pessoa que briga por falsos ideais e a única maneira de se fazer entender, é agredir a opinião alheia, desfazer da alegria evidente, ou ainda atormentar a paz de quem está feliz. Não entra na minha cabeça o que faz com que alguém seja capaz de mandar bilhetes maldosos anônimos, inventar os maiores absurdos, armar provocações públicas, agredir moral e fisicamente, ou mesmo se fazer de sonsa pra ter ao seu lado alguém que já não sente nada além de carinho e, muitas vezes, pena por ela. Realmente, se hoje não compro esse tipo de briga, se me faço surda a alguns comentários, se sou cega a provocações evidentes, não é por medo ou covardia. É porque até meu tempo vago, vale mais do que essas investidas que são pura perda de tempo. As mascaras sempre caem, os que vivem de aparência sempre acabam, o amor por conveniência, nunca vai chegar ser amor de verdade. Não sinto pena! Sinto vergonha, por pertencer à mesma raça de gente com tamanha falta de amor próprio.
(Raíssa Mesquita)

domingo, 16 de novembro de 2008

Mulheres...

Recentemente fui desafiada a escrever sobre o complexo ser feminino, sobre como saber o que desejam as mulheres? Como entender a alma feminina, se por vezes uma mulher diz uma coisa, querendo outra exatamente contrária? A resposta é simples: nós mulheres desejamos atitudes.Na nossa linguagem, ações valem mais do que palavras. Não adianta o homem mais charmoso dos últimos tempos, se matar de dizer:- Eu te amo! Se seus gestos nos dizem o oposto disto, ou pior, não nos dizem nada. A comodidade e o egoísmo, são as piores armas contra o amor.Não estou falando de atitudes como beijos, lambidas, etc. Embora isso também seja ótimo, é complementar, não tem como firmar uma relação, com alguém que só demonstra atitude na cama, isso não é ter atitude, é ter talento. As atitudes que contam para nós são as que deveriam ser mais simples, para pessoas que conseguem entender tão bem, de jogadas impedidas, motores de carros, ou a tabela classificatória do campeonato brasileiro. Coisas que na minha opinião, são muito mais complexas.
Se depois de um dia de trabalho, você chega em casa e o único assunto que você consegue puxar com a sua mulher, é perguntar o que tem para o jantar e depois começar a mexer no controle remoto da tv, alheio a tudo, meu amigo, nunca mais reclame se a sua mulher não parece um vulcão em erupção na cama, mulheres precisam de intimidade, conhecimento, parceria. Pergunte como foi o dia, se ela precisa de ajuda, enfim estabeleça contato. Lembre-se até o E.T. conseguiu, você também consegue!
Fale de como o cabelo dela está brilhoso, de como as suas curvas são linda... Elogie!
Misteriosamente a maioria dos homens usa essas artimanhas para a conquista, mas depois de um tempo esquecem de que isso tem de ser uma tarefa diária, e ai não entendem porque são trocados sem dó nem piedade. Nosso ponto G verdadeiramente fica nos ouvidos. Por favor esqueça aquela à frase: - Eu não preciso dizer, pois você já sabe!
Invente coisas, situações, passeios, enfim, entenda que a rotina da mulher é provavelmente muito mais dura que a sua. Ela se preocupa com a aparência do momento que acorda até o sono, ela trabalha, estuda, cuida da casa e realmente não consegue salvar a semana vendo 2 horas de jogo na televisão como você. A criatividade é um dom feminino, e uma mulher só será absolutamente feliz, quando encontrar um homem, que não só da asas a sua imaginação, como também proporciona o inimaginável.
Reconheça nos mínimos gestos, à vontade de trazer algo diferente ao relacionamento, incentive, elogie e curta da melhor maneira possível, nada agrada mais a uma mulher, do que saber que ela está agradando quem ela ama.
Identifique diariamente as tantas que ela pode ser, a profissional excelente, a cozinheira esforçada, a mulher sensual de todas as noites.
Não existe nada de tão difícil assim na alma feminina, simplesmente desejamos receber exatamente o que oferecemos. Não por obrigação, bajulação ou medo de perder, mas por merecimento.
(Raíssa Mesquita)

Fantasmas Existem!

Chega um momento na vida, onde toda a pessoa com uma história relativamente intensa, se vê assombrada pelos fantasmas do passado. Fantasmas palpáveis, de carne e osso, mas completamente aterrorizante aos nossos olhos.
Quem nunca sofreu por amor? Quem nunca só deu valor depois que perdeu? Quem nunca descobriu que era feliz só depois de ter perdido o motivo daquela felicidade?!
Um amor mal resolvido, um trauma infantil, alguém que sumiu misteriosamente deixando um rastro de dúvida e culpa, uma frustração de você não ter sido o que sempre planejou, seja o que for, fantasmas existem sim! E por mais que se relute acreditar nisso, que se saia gritando aos quatro ventos que certas coisas são passado e que já não lhe influenciam em nada, basta você olhar a sua imagem refletida no espelho e lá está ele, com toda a bagagem que deixou em você ou com a ausência daquilo que levou da sua vida.
Quer dias melhores que a TPM, para começar a relembrar de tudo, perceber os seus erros? se culpar por aquilo que já não está contigo?!Querer sumir?! Querer voltar no tempo e tentar mudar tudo?!
Relembrar o passado, mesmo que lembranças boas, às vezes, dói demais! Simplesmente dói por lembrar que elas algum dia aconteceram , e você não soube aproveitá-las, ou não soube dar o devido valor. Dói ver todas aquelas cenas passarem na sua cabeça, e você não poder revivê-las, simplesmente lembrá-las, porque os demais integrantes dessa história, partiram para novos rumos e esse sentimento nostálgico parece só ter ficado em você!
Acredito que a única maneira de se acabar com todo esse pavor, ou pelo menos aprender a viver com ele é enfrentar o problema, e isso, é quase tão assustador do que propriamente dito o fantasma.
Olhar nos olhos daquele ex-namorado, sem encontrar mil acusações, pra fazer dele o mais calhorda ser que existe, quando na verdade tudo o que ele fez, foi não te querer mais. Aceitar o fato de que você pode não ter tido a melhor infância do mundo, mas que ela passou e que projetar a sua vida baseada nas suas tristes lembranças, não cairia bem nem para roteiro de drama, o papel de vítima é decadente. Entender que assim como você resolveu mudar, soltar as amarras e fazer da sua vida nova, alguém que sempre esteve do seu lado pode ter escolhido fazer o mesmo, e nesse novo projeto de vida você não está incluído. Não por essa pessoa ser ingrata, desalmada ou mentirosa quando dizia gostar da sua companhia, simplesmente ela vive uma outra fase, e por mais que você tenha sido excelente um dia, agora ela procura coisas novas. Aprender que a única pessoa que pode realmente fazer algo por você e sua infelicidade, é você mesma, não está feliz? Mude! Ninguém tem culpa das suas frustrações, elas são suas e ainda existe tempo para mudá-las.
Tenho consciência de que nenhum destes exemplos são fáceis de serem seguidos, mas são possíveis!
Se hoje estes acontecimentos, pessoas ou lembranças são vistos como fantasmas, é porque já causaram muita dor, e por maior que seja a dor de mexer em uma ferida ainda não bem cicatrizada, ela não é eterna. E quando acabar, o fantasma vai ser na verdade, só um medo que passou.
(Raíssa Mesquita)

É uma pena...

Se existe algo que ficou definitivamente a desejar, na maravilhosa criação do ser humano, foi a falta do inteligente comando: Bloquear! Tem coisa mais bem bolada, do que você simplesmente parar aquela pessoa, no momento que você quiser? Ele está lá, você finalmente aparece online, realmente disposta a conversar com as pessoas que lhe façam bem, passam-se longos 5 segundos e lá está ele, pronto para começar mais uma das tantas conversas repetitivas e desnecessárias, conversas essas, que quando você se dá ao luxo de responder, só acabam te fazendo muito mal. E ao final dessa conversa, você vai estar mais cheia de esperanças que nunca e realizada com as migalhas que ele deixou cair durante uma declaração e outra para você. Infelizmente, ele ainda exerce esse poder! E você lembra da saudade que não passou completamente, das palavras que só ele sabe dizer, do jeito tão próprio de te arrancar as melhores risadas. Mas calma, seus problemas acabaram. Ele já está bloqueado, o MSN conta com esse maravilhoso comando!
Bom mesmo seria se esse músculo involuntário pulsante, que chamamos de coração, soubesse pulsar só pela pessoa certa, soubesse a hora exata de mudar de foco, de deletar antigas recordações. É complicado aspirar por experiências novas, quanto tudo e todos estão cheios do passado. Abrir um livro e sentir o perfume, ouvir a música que sempre foi perfeita, acordar todos os dias e perceber a bagunça que ainda permanece dentro de você, exatamente como ele deixou!Já repito aquele velho texto batido, sobre os amares mal vividos, sobre o desejo de esquecer, me desapegar, superar, como se dentro de mim existisse alguma espécie de fênix, que ao receber meus estímulos exteriores, irá ressurgir das cinzas que ficaram em mim, e assim me fazer mais forte. Já repito esse velho texto batido, na busca de acomodar minhas lembranças e de convencer meu coração. Queria simplesmente bloquear, congelar o sujeito naquele exato momento. Tornar-me inatingível a qualquer tipo de ação, por parte dele, ou a falta delas, que acredito eu, seja o que mais incomoda. Queria mesmo era convencer-me, que é uma pena... Mas certas pessoas não valem a pena!
(Raíssa Mesquita)

sábado, 15 de novembro de 2008

As diferenças...

Há várias pequenas razões que me fazem perder o interesse por alguém, mas digo sem titubear que falta de personalidade é a principal, aliás acredito quem nem chego a me interessar por esse tipo de gente. Não me refiro apenas a ações, gosto de gente com opinião própria, que defende seu ponto de vista, que briga, bate pé. Gosto de gente que não se deixa levar pelo mais fácil, que não é acomodado, que é diferente, sem fazer disso uma condição forçada. É muito comum no começo de relacionamentos, procurar loucamente pontos em comum. Muitas vezes abdicando de suas preferências pra satisfazer o ser desejado. Credo! Tenho uma raiva de fechar os olhos, só de pensar no assunto. Em menos de dez minutos de conversa o sujeito alternativo passa a ouvir pop e usar gel no cabelo, a aspirante a Barbie descobre que não vive sem rock e que nunca tinha percebido como roupas pretas emagrecem. Ah me poupe! Não preciso de confetes. Eu quero debates, confusão, voz alta... Na verdade, uma das personalidades que mais me encantou até hoje, respondeu a minha pergunta, a respeito de como ele era, com um exemplo que ainda me fascina: - Sou como um CD, você pode gostar de uma ou duas músicas apenas, mas precisa comprar o CD completo!
Quero rir das letras bregas que ele escuta, quero cantar as minhas letras dramáticas fazendo caras e bocas. Quero debochar daquela calça velha que já anda sozinha ou da mania dele de não usar chinelo, e sim aquelas sandálias de couro do tempo do meu avô. Quero fazer bico quando ele negar fazer o que eu pedi. E ficar roxa de vergonha ao ouvir ele cantar Vai, no meio de um badalado restaurante ao meio dia. Quero falar sobre o seu complexo de celebridade quando ele estiver mal humorado e morrer dando gargalhadas quando ele correr atrás de mim, dizendo que era eu quem estava com saudades. Quero o imprevisível, o ilimitado, o inimaginável! Quero aprender com a nossa falta de afinidades. Não quero ser uma maquina de admirar, que aplaude tudo o que ele faz, só por estar apaixonada. Quero ter motivos para isso! Não quero que ele viva por mim, que ache que estou sempre certa, embora essa seja uma proposta tentadora para o meu ego. Quero que ele grite quando descorde, mas que respeite meu dom de revidar! Se ele quiser me achar a mais linda, mais inteligente, a mais maravilhosa de todas, sem problemas. Pra mim ele também sempre vai ser o melhor, enquanto ele for ele mesmo. Mesmo que acorde com o pé esquerdo, que esteja estressado, que seja ariano ou leonino, que não goste de fanta uva, que ria das minhas bolsas pequenas ou reclame dos meus cabelos caídos no chão. Mesmo assim... Gosto é gosto, não é? E eu gosto de viver as diferenças!
(Raíssa Mesquita)

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Atualizações Virtuais!

Que o orkut é um ótimo lugar pra reencontrar velhos amigos, conhecer gente nova, ficar mais intima daquela pessoa de quem você nunca teve chance e saber tudo o que você quer saber sobre a vida alheia, todo mundo já sabe e particularmente, nos dias corridos de hoje, onde passamos muito mais tempo, entre uma olhada e outra nas atualizações do mundo virtual, do que no telefone ou ainda em encontros pessoais, acho que o orkut é uma invenção e tanto. Agora, as declarações de amor de fotos, depoimentos e recados são a novidade do momento. Lindas, profundas, românticas. Ridículas. Mentirosas! Queria ler essas coisas e que elas me fizessem algum sentido. Ou então, ter um surto de perda de memória, e misteriosamente esquecer a real versão de muita coisa que leio. Queria não saber que o autor de um comovente recado pra namorada escreveu um e-mail nostálgico pra ex esses dias, ou esquecer que a mulher que agora ela chama de “minha vida” é a mesma que há pouco tempo ele dizia monótona e sem personalidade. Queria esquecer que a menina que se diz loucamente apaixonada gosta de outro, ou não gosta de ninguém, simplesmente sente falta da sua vida de solteira e empurra o namoro com a barriga há anos. Queria acreditar naquele texto lindo sobre uma mulher forte e destemida que aquela moça linda tem no orkut, sem me lembrar da pessoa frágil e sensível que ela é. Certamente meus olhos se encheriam de lágrimas, mas não consigo fingir que não sei de nada. E tudo aquilo pra mim, tem um certo ar patético, que me faz cada vez menos crente nas pessoas. Não vejo nenhuma vantagem em escrever por escrever. Falsos depoimentos só servem pra enganar o coração de quem os escreve, além de ser uma brincadeira de muito mau gosto com os sentimentos de quem fica radiante ao receber. É tão simples aceitar que companhias são boas, que pessoas são importantes, e que isto por si só já é uma grande coisa. Não é necessário fazer de nossos sentimentos exagerados e muito maiores do que realmente são, para preencher a legenda de uma foto. Ou para alguém que você diz já não importar, saber como você está feliz naquele momento. Se você está mesmo feliz, fale baixo! A inveja tem sono leve. Existe coisa mais linda do que ouvir quem a gente ama falando pra quem quiser ouvir o quanto somos importantes em sua vida? Lógico que não. Sou totalmente a favor de manifestações públicas de carinho, desde que elas sejam verdadeiras. Não ama? Não gosta? Ela na verdade não é a sua vida? E cá entre nós, como podemos considerar que alguém seja a vida de outro alguém? Ninguém tem o direito de invadir a vida do outro e iludi-lo com mentiras, juras de amor eterno ou declarações exageradas. Quer escrever? Abra o coração e mostre o que realmente sente. Simples assim!Você não vai convencer ninguém, se você mesmo não estiver convencido do que sente!
(Raíssa Mesquita)

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

As saudades mais bonitas...

Depois de muitas provas concretas, que martelaram a minha paciência durante muito tempo, e que ainda deixam pegadas quando menos espero, cheguei a uma conclusão dura, porém sábia: Não existe nada mais DIFÍCIL do que se livrar de uma pessoa FÁCIL. Isso infelizmente é praticamente uma regra social. Pessoas interessantes, ocupadas, cheias de história pra contar, que tem personalidade, escapam pelos menores furos, essas pessoas tem sua vida própria, e são feliz com ela. Não vêem ninguém como escada ou apoio, chegam sem anunciar, deixam o que elas têm de melhor, saem levando de nós o que oferecemos de coração. Tudo isso sem perdas ou danos pra ambas as partes, essas pessoas sabem somar, não busca dividir. Diferentemente existe entre nós uma outra espécie, a das pessoas fáceis. E acredite, não existe nada mais repugnante do que ter alguém fácil no seu pé. Elas grudam como cola, invadem sem o menor pudor os seus sonhos, passam o dia falando dos planos a dois, sem nem se preocupar se você quer se incluir nos sonhos delas, afinal os sonhos são delas e não seu.Você diz que não quer mais, que não sente mais nada, que está enjoada (o), que tem outra pessoa, que não está feliz assim. Pura perda de tempo! Tentar atingir o orgulho desse tipo de gente é como semear em chão batido. Eles não sabem o que é orgulho, amor-próprio ou auto-suficiência. Migalhas lhes bastam!Ai no meio do caminho você encontra aquela amiga, a pessoa que parece entender tudo o que você pensa, diz e faz com o olhar, e como se em um erro gravíssimo do destino, ela mora longe, cada vez mais longe de você. Encontra ainda, o homem mais incrível que você já conheceu, aquele que faz com que você perca noção de tempo e perigo. E em 3 meses você descobre que a distancia nesse caso é ainda maior, que vocês vivem momentos diferentes na vida, e esperam um do outro justamente o que não poderiam dar agora. É infelizmente, a pessoa mais interessante, é sempre a mais difícil!No caminho tenho encontrado os dois tipos, sem dívida as pessoas fáceis, como o nome mesmo diz, são muito mais fáceis de encontrar e estão em maior números no mundo. Pessoas que não se bastam, e que erroneamente, fazem do outro lugar de descanso. Mas confesso que as poucas e boas que encontrei, embora distantes, complexas ou em descompasso com o que eu sinto, deixaram muito em mim. E delas é que guardo as saudades mais bonitas...
(Raíssa Mesquita)

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Atração Inevitável!

É incontestável... Homem atrai homem!
Você passa dias, semanas, meses sozinha e embora a situação de não estar em nenhum relacionamento fixo não lhe incomode tanto assim, misteriosamente você é largada as sobras para o resto da humanidade, parece sem brilho, sem graça, sem charme. Motivo? Nenhum aparente, simplesmente algo lhe falta para conquistar os olhares alheios, principalmente os masculinos.
Esse “algo mais” que lhe falta tem nome... Companhia! Depois de uma longa estadia no mundo dos solteiros a procura, você encontra um cara legal, bom papo, personalidade intrigante, uma boa companhia. Você decide permitir-se viver, aposta nessa relação e leva ao pé da letra a idéia de esquecer o passado e acreditar no futuro. Fácil não?
Seria, se não pelo fato de que basta você sair na rua com seu novo amor e pronto, todos os ex e afins da sua vida retornam, cheios de amor pra dar e absolutamente arrependidos de um dia terem deixado você.
Sim minha amiga, é mesmo uma coisa sem explicação, mas a felicidade de um novo relacionamento parece despertar uma nostalgia crônica e pulsante nos homens do passado. Não sei ao certo se é inveja, egoísmo, ou a dor do ego ferido por saber que eles estão perdendo uma dependente de carteirinha dos seus encantos contados.
O fato é que isso sempre mexe com a cabeça e ainda mais com o nosso coração, mesmo ciente de que passado é passado, de que essa nova pessoa foi um real achado nos dias de hoje e que quem erra uma vez, tem ainda mais chances de errar de novo, ainda assim você se pega entre a dúvida do sentimento que já existe ou a possibilidade de um que ainda pode existir.
Já me vi inúmeras vezes nessa situação e nunca abandonei o certo pelo passado duvidoso, mas se existe uma coisa que eu realmente aprendi é que certas escolhas não estão nas nossas mãos, certas pessoas sempre voltam e certos passados nunca vão ser passados.
(Raíssa Mesquita)

Maldade nossa de cada dia...

A princípio, achei que escreveria sobre a inveja, a inveja nossa de cada dia. Depois, analisando melhor as variadas situações, percebi que não se trata de inveja, mas de um sentimento muito mais sutil e passageiro. É aquele veneno cotidiano, com duração de poucos segundos, mas que apresenta reações e pensamentos automáticos. Algo levemente maldoso, que nasce de algum comentário irônico ou de uma critica aparentemente construtiva.É difícil admitir a existência dessa sutileza malévola... baixa a maldita culpa e todo mundo nega até a morte; sentimentos assim não são bem-vindos nem bem quistos. Até porque ainda acredita-se na lei do retorno, tudo sempre volta e mais cedo ou mais tarde o alvo pode ser você. Acontece que, como seres humanos, sentimos tanto o bem quanto o mal, é involuntário, é natural, são pólos que fazem parte de toda a personalidade. Então o que nos custa admitir isso?O veneno transparece pelo “bem feito” ao tombo da perua desconhecida andando pomposa pela rua e que fica notável pelas gargalhadas incontroláveis de uma satisfação sádica, porém natural. À vontade de ver justamente aquela pessoa, que hoje passou faceira e confiante por você, com exatamente tudo o que você queria no momento, despencar do salto 12 e do chão por um bom tempo não se levantar. Ruim? Eu? Não, apenas tive coragem de escrever sobre as “vingancinhas” de todo o dia, que todos nós guardamos secretamente. Acho que todo mundo é dotado de uma boa dose de maldade, tanto quanto dos outros tipos de sentimentos que podemos vir a ter. Acontece, é tão comum e tão humano quanto rir de uma piada. Só que com um pouco mais de veneno. Lógico que não devemos sair por ai rogando mil e uma pragas e tecendo comentários depreciativos sobre tudo e todos. Mas também não devemos nos culpar perpetuamente, por desejar sim que a justiça seja feita, sendo ela vista só pelo nosso ponto de vista ou não. Quem nunca passou por isso que encontre a auréola pendente sobre a cabeça e morra de tédio até alcançar a santidade...Eu tenho sim uma dose de maldade e não me envergonho disso, sei usar os meus dois lados, talvez até os meus 7 lados... muito bem!Sou humana e absolutamente interessante...
(Raíssa Mesquita)

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Hoje não!

Hoje acordei procurando não pensar, tenho pensado de mais, e isso tem me deixado exausta. Levantei sem ao menos perceber se com o pé direito ou esquerdo, e todos os planos que eu fiz ontem, sobre ter um dia produtivo, parecem ter sumido dentro de mim, deixando espaço apenas para o sono que sinto e a culpa que venho remoendo, do que fiz e não devia ter feito. Já não sei se meu banho está frio ou quente, se meu café está forte de mais ou de menos. Coloquei o meu dia no piloto automático. Não me peça para fazer escolhas difíceis, não pergunte minha opinião esperando uma resposta bem elaborada. Não me cobre pontualidade ou concentração.Hoje não!Posso garantir que não estou de mau humor, não estou triste, nem para baixo. Não tenho motivos para isso! Não fui eu quem teve a brilhante idéia abstrair do mundo. Aconteceu. Acontece vez ou outra comigo. Trago isso desde pequena, quando desaprovo algo que fiz, misteriosamente me privo do mundo, não sei se por fuga ou por castigo, me fecho em meus pensamentos o dia todo. Sou capaz de passar segundos, minutos, horas, olhando fixo para algum lugar, talvez eu esteja em um outro lugar, e só volto com o chamado mais insistente. Tem sempre alguém tentando me trazer de volta à realidade, e confesso, tenho vontade de matar essas pessoas às vezes.Mas logo mergulho novamente no meu mundinho, enquanto o resto do dia passa sem que eu perceba. Vou aonde tenho que ir, vejo as pessoas que estou habituada a conviver, e converso mesmo sem medir ou saber exatamente as palavras que saem da minha boca. Meu corpo, minha voz, meu olhar estão ali, mas minha atenção está fixada naquele pensamento que não me sai da cabeça.Nada melhor do que ouvir Legião, vestir minha camiseta mais larga e render-me a minha cama macia, para terminar automaticamente o meu dia automático.Não espero que o mundo encare esse meu desligar, de maneira tranqüila como me parece. Sei que não vivenciar o dia, renunciar a pensamentos e não demonstrar maiores reações, são sintomas de tristeza, de estar sem animo. Mas a realidade do que sinto não é essa. Simplesmente, hoje permiti não me cobrar nada, não esperar nada do mundo, nem de ninguém. Simplesmente, só acordei desejando que meu dia terminasse bem! Só isso...
(Raíssa Mesquita)

Ressaca Moral.

Que atire a primeira pedra quem nunca disse, a badalada frase: -Só me arrependo do que não fiz.! Duvido que algum de vocês não tenha enchido a boca para repetir esta frase ao menos uma vez na vida. Eu já!Mesmo assim, ela nunca me foi absolutamente sincera, muito pelo contrário, pra mim são só palavras soltas, que buscam fortalecer o papel da mulher decidida e corajosa que venho pintando.Não que eu esteja reclamando da vida que tenho, longe disso. Apenas consertaria algumas coisas ou as estragaria de vez. Não importa. O que interessa é que eu teria arriscado mais, teria ficado quieta quando não me contive, teria pensado nas perdas e ganhos, antes de jogar tudo pro alto, teria chutado o balde antes de me envolver dessa maneira, só beberia tanto, se estivesse mesmo só entre amigos e bem longe do meu celular, isso costuma ser uma bazuca voltada para mim mesma, em certas circunstancias.Se pudesse voltar atrás, gostaria de nunca ter decepcionado nem iludido ninguém. Gostaria de não ter negado aquele beijo ou aquele abraço, de não ter sido tão fria nem tão orgulhosa. Gostaria de ter deixado que meu coração falasse mais alto quando ele deveria falar. Gostaria de ter sentimentos mudos, quando estes estão sendo ouvidos por quem não os merece.Pra mim não existe nada pior, do que ressaca moral. Aquelas coisas que você realmente se envergonha de ter feito. Atitudes que beiram a promiscuidade quando bebo, as palavras duras e eternas que falei, quando minha razão foi tomada por um momento impetuoso de raiva, a mensagem que mandei sem medir palavras, entregando todas as minhas estratégias de defesa no jogo. Mas no fundo desconfio que, se eu tivesse feito tudo diferente, me arrependeria de não ter feito tudo conforme fiz.Ainda que errada e errando, fiz e faço o que meu coração manda!
(Raíssa Mesquita)

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Era uma vez...

E se o príncipe nunca tivesse aparecido?
Será que a Branca de Neve ainda estaria dormindo, esperando que alguém fosse salvá-la? Ou será que um dia, já exausta da vidinha pacata e sem graça, dos que dormem de mais, ela cuspiria o pedaço da maça envenenada, faria um corte de cabelo mais moderno, compraria roupas mais provocantes, começaria a trabalhar e botaria na cabeça que a única coisa que realmente a salvaria, era o plano de saúde que ela pagara?!
Assim como a Branca de Neve, outras tantas dormem de mais, fascinadas pelo sonho dos contos de fada, e deixam que a vida escorra pelas mãos, como se em um passe de mágica!
Seria tão mais fácil de deixássemos de depositar nossas fantasias em um personagem, e entendêssemos que príncipes existem sim, mas que isso não é uma regra, é exceção! Exceção essa, que poucas “sortudas” tem de encontrar na vida. E que ainda assim, por um erro maldoso do destino, algumas dessas poucas que os encontram, não sabem viver com tamanha perfeição e julgam toda essa felicidade monótona.
Mas confesso que a figura da mulher solteira e bem resolvida não me apavora em nada, acho corajoso uma mulher preservar toda a sua feminilidade e ainda assim não sonhar com um vestido de noiva ou um domingo em família. Creio que certas mulheres foram feitas para saborear o que a vida tem de melhor e passar pelos percalços do caminho sozinha! Existem pessoas, que só resolvem os problemas quando acionam dentro de si o instinto de sobrevivência, e isso normalmente acontece quando se está em apuros e sozinha.
O complicado mesmo, são as mulheres que ressentidas de antigos relacionamentos, se fecham em copas e saem por ai a espirar um ar de frieza, quando na verdade, existe dentro delas uma alma frágil e solitária que espera incansavelmente alguém que as salvem.
É minha cara, se esse conto de fadas fosse adaptado para os dias de hoje, sem dúvida a Branca de Neve teria inúmeras possíveis personalidades. E no final, ainda íamos nos deparar com a dúvida sobre quem na verdade foi salvo nessa história!
Será que não foi o príncipe, cansado da sua vida regrada e tradicional, que saiu atrás de uma nova paixão e ao se deparar com uma bela dama adormecida, despertou nela uma emoção contida, de um sono que parecia já não ter fim, mas que no fundo, mudou foi na vida dele o rumo de tudo? Então, não teria sido o príncipe salvo?!
(Raíssa Mesquita)

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Sempre passa!

Hoje me peguei pensando, nas coisas que deixamos passar. Nas palavras que teimamos em não dizer, no sentimento que de todas as maneiras queremos esconder, na dificuldade que temos de assumir que todas as coisas têm um fim.E ai começam as desculpas esfarrapadas. Falta de tempo, dor de cabeça, trânsito engarrafado, problemas na família, receio de se envolver, o telefone que toca a toda hora. Infinitas e pra qualquer ocasião. Agora, nenhuma delas me incomoda mais do que a clássica: medo de magoar o outro.Como pode alguém ter a pretensão de achar que, vai abalar alguém de tal maneira. Por que não medo de se machucar? Até porque, o início de uma relação não é nem de longe o momento adequado para pensar em quem vai sair ferido dela. Será que é tão difícil deixar as coisas fluírem de forma natural? Ou ainda de assumir que esse medo todo é seu, e só seu?O que pode mesmo magoar alguém é não dizer a verdade. É subestimar a força alheia, a ponto de pensar que o mundo de alguém vai cair, porque você não está afim. Tem coisas que realmente me tiram do sério! Fala, diz logo que não quer mais, que acha que não vale a pena tentar, além de poupar um tempo precioso e um discurso absolutamente falso, você ainda sai com a admiração do outro. Ou, então, admita de uma vez que morre de amores e permita-se viver o presente. Namore, beije, passeie, vá ao cinema e dê muitas risadas em boa companhia. Deixe pra se preocupar com o futuro quando ele chegar. Se vai ou não dar certo, é uma questão inatingível para vocês agora, e realmente é muita covardia privar-se desse sentimento, por medo do que pode ou não acontecer.Felizmente, todos temos discernimento o bastante pra escolher o que é melhor pra si, por mais que demoremos a tomar algumas decisões. Não se preocupe se algum dia você acordar e perceber que não é ao lado daquela pessoa que você quer estar, que o que você sentia passou, e que as tantas palavras bonitas, já não fazem mais sentido. Isso acontece!Apenas seja sincero e saiba a hora exata de sair de cena. Não se incomode à toa, mesmo que o fim seja difícil, que existam lágrimas e pedidos no meio do caminho, tenha a certeza que dor nenhuma é eterna. E que não existe nada melhor que você possa fazer por alguém, do que ser verdadeiro!Afinal, tudo passa... Tudo sempre passa!
(Raíssa Mesquita)

Do outro lado da porta...

Quando uma porta se fecha, provavelmente uma janela esteja escancarada ao seu lado! Mas o que acontece, se não quiser outro caminho se não o da porta? Se a janela embora prometa muito, não parece capaz de dar tudo o que se encontra do outro lado da porta. Tenho tentado me convencer de que tudo o que acontece na minha vida, é o melhor pra mim. Que mesmo os tombos são necessários pra me fazer mais fortes e que às vezes é preciso estar aberta pra mudanças bruscas e inesperadas, desvio de rota é mesmo muito normal.Infelizmente nosso inconsciente não entende o comando “não”! Não pensar, não falar, não querer. Só de desejar não sentir já sentimos. E ai a tentativa de me convencer a mudar o rumo das coisas, não passa de um projeto. E sobra uma saudade impertinente, que nem se compara à rua nova, a roupa limpa, a cor do céu na lagoa. Não existe mais a risada alta nos corredores do prédio, as conversas nas calçadas, a mania das pernas que nunca param, as estrelas em tudo o que a melhor companhia vestia, os doces no meio da tarde, as ligações que sempre me acordavam na madrugada, as manias do temperamento egoísta que eu tanto relutei em gostar.Gosto de mudanças, considero-me desapegada e não tenho o costume de idealizar nada pra mim. Mas tenho um coração, que é absolutamente independente de todo o resto, não obedece a comandos, não mede os prós e contras, não planeja.É estranho deparar-me com um infinito de novas possibilidades e não tirar da cabeça aquele pensamento turvo e empoeirado. Fico imaginando o motivo dessa nostalgia, penso se talvez não vivemos tudo o que deveríamos, se ainda não completei o ciclo que precisava, ou se era mesmo assim que estava escrito. Seja lá o que for, a verdade é que sou impotente perante a saudade. Não existe sentimento no mundo mais complexo, é confortante e doloroso ao mesmo tempo, e nos últimos meses é sem dúvida meu sentimento mais presente. Sinto saudades de coisas que eu nem julgava gostar. A ausência deixa um vazio sujo de lembranças dentro da alma, e são essas lembranças que deixam saudade.
(Raíssa Mesquita)

Só hoje!

Hoje eu estou rindo à toa, não que isso não seja algo comum nos meus dias, mas confesso que de um tempo pra cá, isso tem acontecido com menos freqüência. Engana-se quem pensa que é por estar absolutamente feliz, a felicidade vai e vem, sou a prova viva disso. Simples assim! Se eu rio é para disfarçar a minha surpresa. De repente ficou tudo tão esquisito, tão claro, tão possível. Sabe aquele tipo de coisa que se tem uma certeza intima de que vai acabar acontecendo, e você pede, reza, acredita, mas não confia. E ai num piscar de olhos, pronto tudo se resolveu como na sua profecia. Hoje decidi me perdoar, tenho um bom coração embora meus pensamentos sejam um tanto quanto atormentados, tenho uma mente evoluída, tenho desejos, sonhos, erros, mas tenho uma enorme vontade de acertar sempre. Mas quem pediu para ser absolvida? Não pretendo posar de vítima, mas estou longe, bem longe, de querer carregar a culpa de planos frustrados, amores mal vividos e desejos renegados nas minhas costas.Hoje tenho em mim um tanto de esperança, e escrevo isso com um sorriso enorme, que teimou em não abandonar o meu rosto o dia todo. Querendo ou não, eu me absolvo! Acredito sim em um final feliz.Hoje ele perguntou o que aconteceu, o que eu fiz ou deixei de fazer. E onde foram parar meus argumentos quando preciso me defender? Sumiram, estou sozinha. De que me adianta uma mente brilhante, um vocabulário riquíssimo e uma imaginação sem fronteiras, se o simples são daquela voz me estremece o corpo e me trava a voz. Mesmo depois de tanto tempo, mesmo já estando tão acostumada com o teu ir e vir repentino, mesmo sabendo de todas as suas investidas de tudo ou nada. Ainda assim, perco o chão quando você está perto.Hoje eu não quero entender ou ser compreendida. Não quero ser triste nem feliz. Nem condenada nem inocente. Hoje quero relembrar o passado e agradecer por tudo que passei, quero me sentir viva, por desejar alguém a toda hora, quero me perder em meus sonhos e lembranças que se misturam como se fossem partes complementares.Hoje eu só quero que não me perguntem nada. Só confiem em mim! Porque hoje eu mesma estou confiando como nunca estive...
(Raíssa Mesquita)

Flecha errada!

Sério, sensível, seco, engraçado ou vazio. Cada um é como é. Cada um tem sua rotina, sua forma de pensar e encarar a vida. Mas tem algo que todos temos em comum: o desejo de encontrar alguém especial. E embora isso não seja uma regra, a maioria de nós, quando indagados, não sabe definir o que uma pessoa precisa para ser especial. Complexo não?No geral, queremos alguém bonito, inteligente, espirituoso, compreensivo, de personalidade forte, porem maleável. Alguém que invada nossos corações, faça nosso mundo virar de pernas pro ar e nossa vida ganhar um novo rumo, por algum motivo nunca explicado nem entendido, simplesmente alguém que acrescente mais vontade nos nossos dias. Mas o que acontece se no meio do caminho, essa pessoa chegar, mas chegar na hora errada?!Perdi as contas de quantas vezes já ouvi reclamações quanto aos momentos inoportunos em que o cupido resolve atirar suas flechas. As desculpas pra puxar os escudos, e esconder-se atrás de nossos tantos muros de magoas, são sempre as mesmas: decepções recentes, falta de tempo pra dedicar a questões pessoais,medo de se envolver e se machucar, a desaprovação das pessoas que gostam de nós e que erroneamente acreditam estar nos protegendo. Confesso que nenhuma delas me convence totalmente, talvez por ter ou estar passando por situações similares, das quais eu mesma não encontro explicações. Amor é sintonia. É conversa, afinidade, admiração. Amor é olhos nos olhos. É química, fascínio, atração.É pele, é cheiro, é desejo. Amor é imprevisto. É impensado, inesperado, involuntário. Não tem momento certo pra acontecer nem marca hora pra chegar. E a graça está justamente no mistério e surpresa que ele desperta. Mas o que fazer se ele aparece justamente quando estamos magoados e receosos demais pra nos rendermos a ele? Será que devemos convidá-lo a esperar que nossos corações despertarem pra vivê-lo? Será que não é pedir demais? Esperamos tanto tempo por algo que revolucione nossos sentimentos e quando finalmente o temos, decidimos colocá-lo na estante. Esperamos a vida toda por isso e quando ele chega, tiramos todas as magoas e ressentimentos do fundo do baú, para podermos dizer a nós mesmos que não estamos preparados para tentar. Por que nos escondemos? Da onde vem essa covardia, que só se mostra quando o assunto é sentimento?Não há medo maior do que o de viver uma vida vazia. Uma vida sem tentativas, sem erros nem acertos. Não quero ser a pessoa certa na hora errada, não quero ter uma hora errada. Simplesmente porque não existe um momento exato pra nos entregarmos ou não a uma relação. Não quero esperar por alguém que não virá, quero sim, me permitir conhecer todas as pessoas que chegarem, e esperar o momento em que uma delas, permanecerá.
(Raíssa Mesquita)

NUNCA MAIS!!!

É estranho o infeliz hábito que temos de persistir no que a muito, se mostra errado. Nas coisas que já sabemos sem solução e principalmente, de tentar consertar nossos tantos estragos.Aquela mania de juntar pedacinho por pedacinho do que ficou, transformando nossas vidas em um mosaico mal colado, que de arte não tem nada. O desejo de ter uma tecla que delete todas as cenas, fotos e tudo mais que nossa memória insiste em mostrar com um flash a toda hora, uma borracha para apagar os nossos tantos textos ditos, que saíram sem rascunho, magoando, ferindo e manchando nossa história pra sempre.Porque não apostar em uma nova relação, passar uma vassoura na casa e na alma, limpando qualquer resíduo de sofrimento, que tenha ficado escondido em um canto qualquer, junto à lembrança de um beijo, aquele beijo apoiado na parede, aquele beijo que talvez nunca tenha sido dado. Porque não abrir as janelas e portas, confiar em uma nova pessoa, construir uma nova história, acreditar que não se vai mais sofrer.Mas sempre fica alguma coisa, alguma roupa pra buscar, o perfume no travesseiro, algum desejo escondido,os arquivos no computador, a saudade que não passa.E lá estamos nós, tentando entender o porque do rumo das coisas, tentando achar mil explicações para as palavras que ele disse e que machucaram tanto, mas que agora, você percebe que proporcionou a ele, o ato perfeito para dizer tais palavras. Talvez a culpa também seja sua, talvez ela seja só sua!Se a vida pudesse ser passada a limpo tudo seria muito mais fácil, mas infelizmente errar faz parte da natureza e é a única maneira de realmente se aprender alguma coisa. Nenhum exemplo, bom livro, roteiro de filme, fica mais claro e marcado em nossas vidas do que um bom erro. A dor que se sente, a ferida aberta que não cicatriza, o som das palavras que se repetem cada vez mais duras.Seria bom poder levar ao pé da letra os tantos “nunca mais” que dizemos a toda hora. Nunca mais ligar, nunca mais lembrar, nunca mais chorar. Mas as coisas não são simples assim. Nossos “nunca mais” se tornam palavras sem favor ou peso nenhum, por que são proferidas por nós: HUMANOS! E é humano tentar e falhar...
(Raíssa Mesquita)

Preferências...

Certas pessoas me causam um tipo de indignação, acredito que não devo julgar ninguém e que estamos em um mundo tão grande, porque aqui cabem todas as diferenças imagináveis. Mas confesso, tenho as minhas preferências...Gosto de gente que não tem medo de sorrir, sorrir de alegria, sorrir para mascarar tristezas, sorrir para fazer alguém feliz.Gosto de gente que ouve boa música, mas que aceita com total naturalidade qualquer tipo de programa, ainda que este não tenha seu estilo, sua cara, seu ritmo. Gosto de gente que sai por companhia, que sabe saborear o prazer de uma boa conversa, e que não espera trocar meia dúzia de palavras e em segundos estar atirado sobre uma cama, em um emaranhado de pernas e braços.Gosto de gente que aprecia o valor da arte, que se emociona com ferros retorcidos em uma galeria, com o efeito do branco no preto da foto, com a carta que demorei horas para escrever, ou em três palavras que falei sem pensar, mas que tem toda a impulsividade dos meus sentimentos.Gosto de gente que erra, que aceita erros, que não se julga dono (a) da verdade, gente que encontra verdade até nas mentiras que digo, se minto é pra proteger algo que vai muito mais além das minhas explicações.Gosto de gente que entende as razões ocultas, que procura encontrar significados, que não se prende a padrões. Gosto de gente que sente a chuva, que se admira com a leveza do ar, que sabe o perfume que eu uso, que sabe das minhas tantas desviadas de olhar, negando meu desejo imediato.Gosto de gente que responde mensagem, que passa horas lendo textos que falam da dura e complexa arte de existir, gente que tem uma música pra cada momento da vida, gente que fala com o olhar.Gosto de gente que tem medo de perder, que pensa, repensa, planeja a maior estratégia de manter próximo o coração de alguém, mas que perde qualquer plano ou armadura quando ouve a voz da pessoa que gosta. Gosto de gente que não teme gostar, que não faz da relação um jogo, que não espera sair ganhador e sim sair acompanhado.Gosto de gente que sacode a poeira e dá a volta por cima, gente que desaba, chora, pensa em morrer e matar, mas que levanta e aprende com tudo o que passou. Gosto de gente que sabe perdoar, mas que não esquece, certa resguarda é sempre muito bom.Gosto de gente que sonha, que faz de tudo pra conseguir o desejado, mas que muda de idéia. Gente que não vê os objetivos como sentenças perpétuas, e sim como caminhos que podem mudar de rumo.Gosto de gente que fala o que pensa de forma clara e direta, mas com o cuidado de não ferir, não machucar. O mundo não é feito de pessoas iguais, algumas são mais sensíveis que outras. Gente que sabe das diferenças. Gosto de gente que não tem medo de transparecer o que sente, que não se esconde atrás da cara amarrada de quem não precisa de nada nem ninguém. Gosto de gente que zela pelo que tem.Gosto de gente que não desperdiça uma saudade, que liga mesmo, a qualquer hora, a toda hora. Gente que sabe falar do amor que sente sem ser repetitiva ou pegajosa, gente que associa atração, carinho e respeito a cada gesto. Gente que se entrega, não para mudar alguém, mas para deixar nesse alguém o que tem de melhor.Enfim...Gosto de gente que sabe ser de verdade, gosto de gente que vive e deixa viver. Gosto de gente que vê mais além do que o próprio umbigo. Gente que ama, e se não ama, respeita que sabe amar!
(Raíssa Mesquita)

domingo, 2 de novembro de 2008

Os seres de Marte...

Admiro as pessoas que sabem controlar seus impulsos, certamente eu não sou uma delas.O processo de pensar e falar, para mim, é praticamente a mesma coisa. Meu pai costumava dizer que sou uma pessoa sem filtro.Saber ouvir o coração e ainda assim conseguir agir pela voz da razão, é uma virtude de poucos. Admiro certas pessoas que se cobrem de uma cara amarrada, com um sorriso sem graça e palavras ensaiadas. Motivo?Nenhum aparente, mas mostrar sua real fragilidade e o seu descontrole interno, é uma tarefa complexa e por vez dolorosa, e exige certa coragem, de dar a cara à tapa, sem temer críticas. Não que estas pessoas que tanto admiro não sejam corajosas, longe de mim julgá-las assim tão mal. Mas creio que sua coragem seja usada de outra maneira, talvez para quebrar a cara daquele sujeito logo ali no bar, que olha para a dama de porcelana ao seu lado. Ou ainda pra fugir de um compromisso qualquer, por que este já não tem nada a lhe oferecer. E lá vai esse tipo de gente, forte que só eles, sem nem olhar para trás e perceber os estragos que deixou no caminho. Não! isso é perda de tempo, seu egoísmo é tanto que é complicado de mais imaginar que alguém, seja assim tão frágil a ponto de sofrer. O que importa mesmo minha amiga, são as experiências novas, a ausência de rotina, a vida desmedida que o futuro livre lhe promete. Mas essa liberdade tem que ter companhia, claro! E quem irá aplaudir seu teatro diário? Quem vai se encantar com o papel que ele criou pra hoje? Como disse, suas damas costumam ser de porcelana, simplesmente uma caricatura para enfeitar seu ego. Sem muita personalidade de preferência, que também não cobre nada, acredite absolutamente em tudo o que ele diz e principalmente que lembre sempre, de pedir desculpas pelos erros que ela cometeu, e os que ele cometeu e ela em uma atitude sempre muito errada julgou.Frios? De maneira alguma, eles são donos do fogo, mas imagino que este fogo esteja espalhado em lugares bem longe do coração. Na cabeça talvez, afinal tudo pra eles é uma questão de batalha, eles vivem de armadura e prontos para ferir alguém, é a vida não é?É minha cara, se você assim como eu, admira essas tão maravilhosas criaturas, que de tão perfeitas deveriam viver em um planeta só delas.Se você, assim como eu, é feita de sentimentos, de carne e osso, de erros, exageros, medos e insegurança. Você que não entende tamanha diferença, que se sente lesada de alguma forma por esse comportamento traiçoeiro e tão diferente do seu. Eu lhe explico da onde vem esse incompatibilidade:- Nós somos daqui, não somos de Marte!
(Raíssa Mesquita)

O amor acaba, mas ainda é amor!

Juro que tenho tentado ser mais pacifica, tolerante, compreensiva. Mas não tem jeito, certas pessoas me tiram do sério. Temos dois braços, duas pernas, uma boca, olhos e ouvidos absolutamente ao nosso dispor, mas sempre tem aquele tipo de pessoa que insiste em criar uma corda imaginária, para ficar de mãos e pés amarrados, e uma venda grossa e escura pra tapar os olhos e os ouvidos, calando-se porque já não existem argumentos.Ai me poupe, nascemos livres e com o mais sábio e compensador dos direitos, o de livre arbítrio, como podem ainda existir pessoas insatisfeitas com relacionamentos? Como podem jogar todo o peso dos seus medos e frustrações nas costas de alguém? Como pode o papel de vitima do destino ainda agradar a tantos?Sinceramente não entendo e nunca vou entender, não está feliz? Vai atrás de mudança, de pessoas novas, de sentimentos esquecidos. Nada é impossível enquanto se está vivo!Não é porque você jurou amor e lealdade a alguém, porque você depositou todos os seus planos em uma relação, que ela tenha que ser eterna. Isso acontece! Assim como dizer que um dia você já teve medo do escuro e que hoje já não tem mais, como dizer que você apagou várias e várias vezes o carro quando estava aprendendo e que hoje dirige muito bem, é possível dizer que você já amou muito alguém, mas que não ama mais. Não é vergonha nenhuma errar na escolha quando julgou a outra pessoa ser sua alma gêmea, provavelmente ela tenha sido ótima no tempo em que era exatamente dela que você precisava.Vergonha, é dormir e acordar quase todos os dias com alguém por pura carência. Vergonha é dizer que ama, quando se sente pena. Vergonha é não fazer o que se tem vontade ou morrer de culpa por ter feito, quando alguém acredita que você está em casa dormindo.Algumas pessoas não sabem administrar o que tem e é duro admitir isso, não saber abrir mão de um sentimento que te traz segurança, mas que não satisfaz em nenhum aspecto, por medo de ficar sozinho, não só é egoísta, como é covarde. Porque do outro lado existe alguém, tão acorrentado quanto você nessa relação, mas que pode continuar acreditando em um futuro, que você inconseqüentemente ainda cultiva.
(Raíssa Mesquita)

O vazio!

Se você perguntar a uma criança o que seria melhor: sentir ou não sentir a dor? Ela provavelmente, dentro de toda a sua simplicidade infantil, irá lhe dizer que o melhor é não sentir.Então a criança cresce e descobre que existe um mundo infinito de dores, e que nem toda dor é demasiadamente ruim, e que muitas vezes a própria ausência de dor, é a causa de uma dor ainda maior: o vazio.Você se apaixona, vive intensamente aquele momento, se entrega de corpo e alma, faz juras de amor, planeja um apartamento pequeno, dois filhos, viagens de férias. Tudo é perfeito, até que seu príncipe encantado, sobe em seu cavalo branco e galopa rumo a outros reinados, atrás de uma nova princesa, e você? Ah, você sente que é o legítimo sapo de toda essa história.Neste momento surgem às dores do amor, a dor da perda, seu castelo acaba de desmoronar e você chora, sofre, pensa que não só seu castelo, mas o mundo todo acabou. Inicia-se a primeira fase.Passa algum tempo e você se dá conta, que, na verdade, a tal princesa está muito mais pra plebéia e o seu príncipe no fundo é um ogro, sem a bela fantasia. Aí vem a dor da raiva! “Como ele pôde fazer isso? Ela não tem nada de interessante? Eu o amava e ele faz isso? E tudo o que ele falava sobre nós?”... Pronto, seu coração está parecendo uma concentração de guerra e seus planos são mais diabólicos do que o roteiro de jogos mortais. Essa é a segunda fase.Depois de muitas tentativas de ataque, crises de raiva e planos cruéis, você percebe quanto tempo da sua vida gastou com ele e do quanto você foi burra ao acreditar nas coisas que ele falava... Ele sempre foi assim, só você não viu. E assim como fez com você, ele já até largou aquela princesa, e está por ai, pronto para fazer mais alguns reinados desabarem. “Qual é o meu problema? Porque eu não escuto conselhos? Tanta gente tentou me avisar! Porque eu escolho sempre a pessoa errada?”. É, agora, você se odeia por ter perdido tanto tempo com quem nunca valeu à pena, seu príncipe nunca passou de uma ilusão barata, que você fantasiou para alegrar seu ego. Agora você acorda todos os dias negando ter sentido tudo o que sentiu por ele. Essa é a terceira fase.Foram dias, meses, talvez anos remoendo essa história, e como se fosse um passe de mágica, você percebe que não sente mais nada realmente, que o sofrimento finalmente acabou, que a raiva se transformou em pena e que não adianta ficar se culpando pelo que passou, afinal já passou. Você pensa que agora sim está curada, tudo vai muito bem e você tem um antídoto contra sofrimento. Que grande besteira! A ausência da dor, nada mais é que um outro tipo de dor! Sofrer, chorar, ficar com raiva, planejar mortes e se arrepender é na verdade, uma maneira de se sentir vivo. O ser humano precisa da adrenalina e um coração ávido a pulsar; os sentimentos à flor da pele. Quando não se tem nada disso, nada difere você de um saco de batatas. Um ser sem sensações, sem estímulo, sem reação; que simplesmente leva a vida, mas não a vive!Portanto, acostume-se com a dor, é um mal necessário.
(Raíssa Mesquita)

CLOSET...

Sempre desejei um grande armário, um closet espaçoso, com muitas portas e gavetas. Onde eu pudesse dividir minhas roupas em cores. Engraçado que como uma regra, sempre fica aquela blusa branca, com estampas coloridas, que une todas as cores em uma peça só. Nunca sei em que categoria devo classificar essa blusa. Afinal ela tem um pouco de cada, ao mesmo tempo em que parece estar fora da sintonia de qualquer cor.Assim também são certas pessoas, como a blusa branca de estampas, também não as consigo enquadrar em nenhum dos meus tantos compartimentos pessoais. Sei que isso parece um tanto mecânico, classificar pessoas, mas realmente foi a maneira mais serena que encontrei para organizar meus sentimentos por natureza tão confusos.Ele poderia ficar na porta dos esquecidos, assim como a blusa branca de estampa colorida, poderia ficar entre as blusas pretas. Afinal ele já faz parte do passado a meses, e embora dentro de mim eu ainda questione o final, ele inevitavelmente aconteceu! Assim como o contorno preto das flores coloridas na blusa. Mas se ainda questiono-me a respeito, ele não é tão passado assim, e poderia perfeitamente ficar junto às pessoas marcantes que tive em minha vida, as que mesmo passando, deixaram muito em mim e constantemente são lembradas. Também a blusa, poderia ficar entre ás demais da cor vermelha, afinal a cor mais chamativa na estampa sempre vai ser o vermelho. Ainda acho precipitado enquadrar ele assim, sempre fui tão feliz ao lado dele, meus sorrisos constantes, minha gargalhada incontida, nossas conversas na cama, as criticas nada construtivas que sempre acabavam em muita risada. Vivi com ele momentos de exagerada euforia, e como a blusa, ele também ficaria perfeito na cor amarela. Alegre, vibrante, viva! Perfeito? Não acredito que eu tenha dito isso, realmente essa não é uma palavra que combine com ele, sua imperfeição é mais do que notável, é gritante. Assim como o tanto de lágrimas que por ele derramei, foram incalculáveis brigas, insinuações, desrespeitos. Nossa incompatibilidade sempre me foi muito clara, como o fundo branco da blusa, que justificaria a presença dela entre as demais da cor. É engraçado ter a consciência da dor vivida ao lado dele e ainda assim lembrá-lo com insubstituível de maneira absolutamente positiva. Fui mais humana, aprendi a perder, aceitei o fato de que não tenho resposta nem explicações para tudo, que embora minha cabeça sempre tenha sido muito centrada, meu coração é involuntário e que misteriosamente esse sentimento de impotência perante um verdadeiro amor, é bom e reconfortante!Como os rabiscos em tons de roxo na blusa não poderiam ser substituídos por nenhuma outra cor, também o papel que ele teve em minha vida, não poderia ser substituído por mais ninguém.Desisto!Não posso classificar ele em um único sentimento, nem a blusa branca que reúne todo o colorido, em uma só cor. Ficam a blusa e ele nomeados indescritíveis, mas pra sempre especiais!
(Raíssa Mesquita)