sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Aceito finais...

É estranho admitir isso, mas não fico triste por mais de um dia, talvez uma semana se muito. Não que eu seja fria, desprovida de sentimentos, ou desinteressada do mundo, como muita gente pensa. Simplesmente sei que não existe tristeza que mude o rumo das coisas, que não importa se hoje estou radiante de alegria, ou se minha vida mais parece o final dramático de uma opera antiga. O mundo não para por isso! As pessoas até se importam, sofrem por meu sofrimento, mas seguem suas vidas, assim como a minha, gostando eu ou não, segue em frente. Então já que não tenho escolha sobre o rumo das coisas, prefiro levá-las da maneira mais branda, feliz! Acho que por isso surpreendo tanto as pessoas com quem me relaciono, sofro com perdas, mas aceito finais! É mais fácil pensar que tudo tem sua razão de ser, e que se é mesmo o meu destino, essa perda é momentânea e faz parte de uma história que não acaba agora. Lógico que eu gostaria que muita coisa estivesse exatamente do mesmo jeito. Que sinto falta dos momentos bons, de ouvir a voz da pessoa que por tanto me arrancou suspiros, das trocas de carinho, dos planos que fazíamos juntos, de olhar junto na mesma direção. Mas optei por guardar isso como saudades, não cultivar dores. As pessoas em geral, em especial mulheres, talvez por sua sensibilidade mais aflorada, tem estranhos costumes de fazer de tudo para manter a dor presente, ainda que isso seja exatamente o contrário do que elas querem.
Quando um relacionamento acaba, pronto... São horas e horas ouvindo aquela mesma música que embalou o romance por muito tempo, abraçado naquele urso que ganhou no último dia dos namorados, olhando as tantas fotos, de momentos felizes ao lado da pessoa amada. E o momento que deveria ser de superação, de dar a volta por cima, acaba criando um verdadeiro mausoléu interno, de sentimentos tristes. Como eu disse, posso parecer fria, infantil ou tentar fugir dos problemas existentes, mas realmente não perco meu tempo cultivando dor, não faço de meu coração um cemitério de lembranças mortas. Aprendi a não me apegar a pessoas, coisas ou crenças. Não planejar a minha vida apoiada a ninguém e sim ao lado de quem eu gosto, ninguém é lugar de repouso para minhas frustrações. Nascemos sozinhos, desprovidos de tudo isso e é sozinhos que também vamos partir. É muito bom ter a companhia de alguém especial, mas felizmente descobri, que não existe melhor companhia do que a minha própria.
(Raíssa Mesquita)