segunda-feira, 3 de novembro de 2008

NUNCA MAIS!!!

É estranho o infeliz hábito que temos de persistir no que a muito, se mostra errado. Nas coisas que já sabemos sem solução e principalmente, de tentar consertar nossos tantos estragos.Aquela mania de juntar pedacinho por pedacinho do que ficou, transformando nossas vidas em um mosaico mal colado, que de arte não tem nada. O desejo de ter uma tecla que delete todas as cenas, fotos e tudo mais que nossa memória insiste em mostrar com um flash a toda hora, uma borracha para apagar os nossos tantos textos ditos, que saíram sem rascunho, magoando, ferindo e manchando nossa história pra sempre.Porque não apostar em uma nova relação, passar uma vassoura na casa e na alma, limpando qualquer resíduo de sofrimento, que tenha ficado escondido em um canto qualquer, junto à lembrança de um beijo, aquele beijo apoiado na parede, aquele beijo que talvez nunca tenha sido dado. Porque não abrir as janelas e portas, confiar em uma nova pessoa, construir uma nova história, acreditar que não se vai mais sofrer.Mas sempre fica alguma coisa, alguma roupa pra buscar, o perfume no travesseiro, algum desejo escondido,os arquivos no computador, a saudade que não passa.E lá estamos nós, tentando entender o porque do rumo das coisas, tentando achar mil explicações para as palavras que ele disse e que machucaram tanto, mas que agora, você percebe que proporcionou a ele, o ato perfeito para dizer tais palavras. Talvez a culpa também seja sua, talvez ela seja só sua!Se a vida pudesse ser passada a limpo tudo seria muito mais fácil, mas infelizmente errar faz parte da natureza e é a única maneira de realmente se aprender alguma coisa. Nenhum exemplo, bom livro, roteiro de filme, fica mais claro e marcado em nossas vidas do que um bom erro. A dor que se sente, a ferida aberta que não cicatriza, o som das palavras que se repetem cada vez mais duras.Seria bom poder levar ao pé da letra os tantos “nunca mais” que dizemos a toda hora. Nunca mais ligar, nunca mais lembrar, nunca mais chorar. Mas as coisas não são simples assim. Nossos “nunca mais” se tornam palavras sem favor ou peso nenhum, por que são proferidas por nós: HUMANOS! E é humano tentar e falhar...
(Raíssa Mesquita)