quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Aqui quem fala baixo... grita!

Não costumo me magoar por motivos banais! Ainda não sei se isso é bom ou ruim, mas com o tempo aprendi a reconsiderar, a não levar tudo tão ao pé da letra e se levo, aprendi a esquecer a mágoa causada em segundos. Acredito que mesmo as pessoas mais bem-intencionadas do mundo, podem ser rudes de vez em quando, falar sem pensar, sem motivo ou razão. Ninguém está livre de entender algo errado, ninguém precisa concordar com tudo o que escuta, ninguém está sempre certo, ninguém tem obrigação de levar todas as perdas na esportiva. Sou muito mal julgada por minhas atitudes, falo o que penso, sinto e quero, sem medir muito minhas conseqüências. Costumo dizer que isto é culpa da minha alma pisciana, Peixes é mesmo um signo impulsivo, mas no fundo sei que essa é só uma desculpa. Vivemos em uma sociedade onde quem fala baixo, grita! Entretanto, deixo o meu desejo de ser barraqueira para talvez, uma participação numa peça de teatro. Ou ainda, para aquelas pessoas que tem necessidade de platéia, eu felizmente não tenho. Não acredito que fazer escândalo seja a maneira mais apropriada de me fazer ouvir. Também não creio que para ser compreendida é necessário que todos os pingos nos is sejam colocados. Não preciso pôr à prova meu caráter ou minhas intenções. Cedo ou tarde a verdade vem à tona e faz meu silêncio valer a pena. Nunca fui o tipo de pessoa que foge de brigas, até muito pelo contrário, às vezes eu mesmo as provoco. Mas venho trabalhando meu autocontrole, confesso... tenho dificuldade de dizer o que eu quero, sem parecer autoritária ou arrogante. Tenho sentimento em tudo o que falo, seja bom ou ruim. E os sentimentos só são bem compreendidos pelo coração, não por ouvidos. Mesmo assim morro e não entendo, o prazer que algumas pessoas tem de se afirmar fazendo escândalos ou afins. Acredito na boa conversa, ainda que em tom discursivo, mas pra mim, quem parte para a ignorância dos dissimulados, nada mais é do que uma pessoa que briga por falsos ideais e a única maneira de se fazer entender, é agredir a opinião alheia, desfazer da alegria evidente, ou ainda atormentar a paz de quem está feliz. Não entra na minha cabeça o que faz com que alguém seja capaz de mandar bilhetes maldosos anônimos, inventar os maiores absurdos, armar provocações públicas, agredir moral e fisicamente, ou mesmo se fazer de sonsa pra ter ao seu lado alguém que já não sente nada além de carinho e, muitas vezes, pena por ela. Realmente, se hoje não compro esse tipo de briga, se me faço surda a alguns comentários, se sou cega a provocações evidentes, não é por medo ou covardia. É porque até meu tempo vago, vale mais do que essas investidas que são pura perda de tempo. As mascaras sempre caem, os que vivem de aparência sempre acabam, o amor por conveniência, nunca vai chegar ser amor de verdade. Não sinto pena! Sinto vergonha, por pertencer à mesma raça de gente com tamanha falta de amor próprio.
(Raíssa Mesquita)